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La Niña fraco deve afetar trigo da Argentina em 2020; pode prejudicar soja

15 jul 2020 - 14h48
(atualizado às 15h48)
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Uma versão enfraquecida do fenômeno climático La Niña deve afetar os rendimentos do trigo na reta final do ano no oeste da Argentina, onde já é registrada uma seca, e pode causar dificuldades para o plantio de soja e milho, segundo especialistas em meteorologia.

Área de plantio de trigo em Azul, Argentina 
30/09/2019
REUTERS/Agustin Marcarian
Área de plantio de trigo em Azul, Argentina 30/09/2019 REUTERS/Agustin Marcarian
Foto: Reuters

O La Niña costuma causar uma diminuição no nível das chuvas na principal região agrícola da Argentina, que é uma das maiores exportadoras globais de alimentos.

Embora os meteorologistas esperem que o fenômeno não seja intenso, agricultores do oeste argentino estariam particularmente expostos a problemas, uma vez que já sofrem com a falta d'água há quase dois meses.

"Vamos acabar vendo um La Niña que, para muitos, será complicado", disse à Reuters o meteorologista Leonardo De Benedictis. "A preocupação é principalmente nas áreas onde são aguardadas as chuvas da primavera (de setembro), que teremos de avaliar se demoram a chegar".

A província de Córdoba, o oeste da província de Santa Fe e o noroeste da província de Buenos Aires sofrem desde junho com uma seca, o que levou a Bolsa de Cereais de Buenos Aires a alertar para a possibilidade de uma terceira redução em suas estimativas para a área de trigo da temporada 2020/21, atualmente projetada em 6,5 milhões de hectares.

"Essas áreas vão pedir mais do que a atmosfera pode oferecer no início da primavera. Pode ser arriscado para a floração do trigo, uma situação problemática", explicou Germán Heinzenknecht, meteorologista da Consultoria de Climatologia Aplicada (CCA).

Heinzenknecht acredita que o La Niña seja uma ameaça principalmente para a produtividade do trigo, tendo menor impacto sobre o plantio de soja e milho, pois não se estenderia por toda a primavera austral. Já De Benedictis acredita que existe o risco de que o fenômeno afete a área semeada com a oleaginosa e o cereal, afirmando que é possível que muitos produtores decidam não plantar em regiões com escassez hídrica.

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