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Klabin: Sogemar retira consentimento para sua incorporação pela companhia

6 mar 2019 - 21h04
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A Sogemar retirou seu consentimento para a proposta de incorporação pela Klabin. Anunciado no mês passado, o acordo permitiria que a Klabin explorasse diretamente as marcas de seus produtos, pelo qual paga royalties para a Sogemar. Segundo a companhia, a decisão se deve à reação de um acionista contra o negócio. A Assembleia Geral Extraordinária (AGE) marcada para o dia 14 de março foi cancelada.

Em Fato Relevante, a Klabin faz uma extensa defesa do acordo, que atribuía o valor de R$ 343,895 milhões à Sogemar, montante que representaria um desconto de aproximadamente 50% sobre o valor presente do fluxo de pagamento de royalties, segundo laudo elaborado pela Deloitte. Por isso, a Klabin revela que recebeu "com enorme surpresa" a solicitação de um único acionista de realização de assembleia para rescindir o contrato de licenciamento com a Sogemar.

Segundo a Klabin, a proposta é uma "completa, inédita e absurda" desconsideração dos mecanismos de administração. A companhia cita ainda o posicionamento da Associação dos Investidores no Mercado de Capitais (Amec), que em comunicado, "roga" que os administradores da Klabin "reflitam sobre o seu dever de lealdade", que os investidores "exerçam seu poder de voto na AGE" e que os reguladores "apurem a regularidade" da operação.

No seu posicionamento, a Klabin lembra que, dias antes da manifestação, o presidente da Amec havia sido indicado por acionista minoritário para concorrer a uma cadeira no conselho de administração. "A proposta carece de seriedade mínima, pois pretende imputar aos acionistas uma decisão que, para ser tomada com um mínimo de diligência, por quem quer que fosse, requereria uma análise criteriosa sob o ponto de vista jurídico, financeiro e empresarial quanto ao seu cabimento, custos, benefícios e riscos", diz a empresa no documento.

A Klabin destaca também a "irresponsabilidade" da proposta, já que segundo seus advogados uma eventual rescisão poderia levar à perda imediata do direito de uso das marcas, inclusive nos registros que são relativos a outros produtos de papel e que derivam do registro originário da marca nominativa.

"É de se ressaltar, ainda, as elevadas receitas geradas pelos produtos de papel e papel ondulado comercializados com a marca "Klabin" e suas derivadas, os quais representaram aproximadamente 56% do faturamento da Companhia em 2018", lembra a companhia. A rescisão, defende a Klabin, leva a novos custos necessários para criação às pressas de novas marcas.

A Klabin reproduz ainda correspondência enviada pela Sogemar. "Nos 120 anos em que KIC (Klabin Irmãos e Companhia) controla a Companhia, não se tem notícia de qualquer mácula ou escândalo que pudesse de qualquer forma prejudicar a Companhia ou sua imagem e reputação no mercado, mesmo nos tempos recentes, em que investidores de tantas companhias brasileiras, e a própria população por meio de investimentos públicos, viram serem destruídas enormes parcelas de suas poupanças por escândalos de corrupção e má gestão". A KIC é acionista da Sogemar.

Estadão
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