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Juros zeram queda e fecham com viés de alta, nas máximas, com piora do câmbio

29 mar 2019 - 18h12
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Os juros futuros fecharam a sexta-feira, 29, com viés de alta nos principais contratos. O mercado piorou na última hora da sessão regular, quando as taxas zeraram a queda que prevaleceu durante a maior parte do dia, para fecharem nas máximas. Mais do que qualquer novidade negativa no noticiário da Previdência, tema de maior sensibilidade entre os investidores, o movimento foi atribuído a uma realização dos lucros apurados entre quinta-feira e esta sexta e na esteira também na redução da queda do dólar, que também zerou as perdas e voltou a ser negociado no patamar de R$ 3,91, após ter chegado a cair para o patamar de R$ 3,86. No balanço da semana agitada por idas e vindas na articulação política, a maioria das taxas encerrou em patamares levemente mais baixos em relação à sexta-feira anterior. Do mesmo modo, entre muitas idas e vindas, chegaram ao fim de março praticamente nos mesmos níveis com que haviam terminado fevereiro.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou em 6,520%, de 6,495% na quinta no ajuste, e a do DI para janeiro de 2021 passou de 7,112% para 7,14%, em ambos os casos as máximas do dia. Nos mais longos, o DI para janeiro de 2023 encerrou com taxa de 8,24% (máxima), de 8,222% na quinta no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 passou de 8,742% para 8,75% (máxima).

O alívio nas tensões sobre o andamento da reforma da Previdência, após o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na quinta-feira decidirem tocar juntos a articulação política, manteve as taxas em baixa ao longo do dia. Além disso, o mercado se acalmou com a pacificação de ânimos entre Maia e o presidente Jair Bolsonaro, que considerou o problema com o presidente da Câmara "página virada". Outro sinal positivo sobre a reforma é a definição do relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que será o deputado Marcelo Freitas (PSL-MG) e que deve entregar seu parece no próximo dia 9. A expectativa é de votar a admissibilidade do texto no dia 17.

Na reta final, porém, o investidor optou por reduzir sua exposição ao risco. "O mercado está com um cenário de que o pior ficou para trás, com Guedes e Maia liderando o processo, mas isso não é totalmente seguro. O clima ainda é de montanha russa. O carrinho por enquanto está subindo, mas não se sabe o que tem lá embaixo", afirmou a gestora de renda fixa da Mongeral Aegon Investimentos, Patricia Pereira.

O exterior, em especial a perspectiva de alinhamento de acordo comercial entre a China e os Estados Unidos, também contribuiu para um dia tranquilo nos mercados internos, a despeito de, no Reino Unido, o Parlamento ter rejeitado pela terceira vez um acordo sobre o Brexit.

Estadão
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