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Juros zeram alta e fecham perto da estabilidade com perda de força do dólar

5 dez 2018 - 17h23
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A desaceleração do avanço do dólar na última hora de negócios tirou pressão da curva de juros nesta quarta-feira, 5, com as taxas fechando perto da estabilidade e com viés de baixa. Na maior parte do dia, no entanto, os juros estiveram em alta, sob impacto ainda dos mesmos fatores que já haviam estressado o mercado na terça-feira, como o temor de recessão nos Estados Unidos e com a guerra comercial. Além disso, no Brasil, as dificuldades em torno da aprovação das reformas vão se tornando mais evidentes, o que ajuda a manter o nível de inclinação da curva.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou a 6,940% (mínima), de 6,992% na terça no ajuste, e a do DI para janeiro de 2021 terminou em 7,97%, de 8,013% no ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2023 passou de 9,213% para 9,18% e a do DI para janeiro de 2025 ficou em 9,77%, de 9,762%.

"É um dia ruim para o câmbio. Não se sabe o que Trump quer, se o que ele diz é para valer ou se é só para colocar medo. O mercado internacional está confuso e, com relação ao Brasil, está todo mundo de stand by", afirma o estrategista de renda fixa da Coinvalores, Paulo Nepomuceno, se referindo às discussões em torno das reformas no futuro governo de Jair Bolsonaro.

O encaminhamento da proposta da Previdência, considerada mais urgente, segue em aberto. Às sinalizações dadas na segunda-feira pelo futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e pelo senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), de que a reforma não estará entre os primeiros atos da nova gestão foram na contramão do que o mercado espera. Um dia depois de indicar que a reforma será fatiada, Bolsonaro nesta quarta afirmou que nos primeiros seis meses de governo "o Congresso começará a votar a proposta".

Nepomuceno lembra ainda que a liquidez é muito fraca em função do feriado nos Estados Unidos, dia de luto pela morte do ex-presidente George H. W. Bush na última sexta-feira.

O dólar à vista avançava 0,39%, aos R$ 3,8701, longe da máxima de R$ 3,8835, pouco depois das 16h30.

Estadão
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