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Juros têm viés de queda com dólar em baixa, mas mantendo Previdência no radar

2 abr 2019 - 18h25
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O mercado de juros teve uma sessão mais travada nesta terça-feira, 2, com as taxas se movendo lateralmente durante o dia para terminarem com viés de queda nos principais contratos. A liquidez foi baixa, atribuída principalmente ao compasso de espera pela participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, amanhã na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. A falta de novidades vindas do exterior também tirou fôlego do mercado que, de concreto mesmo, teve apenas a produção industrial fraca de fevereiro para operar. O recuo do dólar para a casa dos R$ 3,85 contribuiu para que as taxas sustentassem um ligeiro sinal de baixa.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou em 6,485%, de 6,495% na segunda no ajuste, e a do DI para janeiro de 2021 terminou em 7,02%, de 7,05%. A taxa do DI para janeiro de 2023 caiu de 8,132% para 8,12%. A taxa do DI para janeiro de 2025 passou de 8,652% para 8,66%.

"A liquidez foi bem baixa. O mercado segue refém do noticiário sobre a Previdência, cujo principal evento é amanhã (quarta), na CCJ. No externo, também não tivemos nada relevante", resumiu o economista Breno Martins, da Mongeral Aegon Investimentos.

No aguardo por Guedes nesta quarta, o investidor monitorou o noticiário sobre Previdência, que hoje trouxe cautela, embora sem nada de concreto. O mercado vê com certa preocupação a possibilidade de a reforma já estar sendo desidratada antes mesmo de começar a tramitar, depois do secretário especial de Previdência, Rogério Marinho, admitir pela manhã que o Benefício de Prestação Continuado (BPC) e a aposentadoria e rural serão suprimidos do texto se a maioria dos deputados "assim entender".

Ainda que ambos possam sobreviver à CCJ, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse à tarde que a retirada destes itens do texto "é só questão de tempo". "Tenho certeza que BPC e aposentadoria rural não sobreviverão na comissão especial", disse. A Comissão Especial é a próxima instância à qual a proposta será submetida depois de passar pela CCJ.

A esperança do investidor é por uma boa apresentação de Guedes nesta quarta na CCJ, que consiga convencer os deputados da importância de manter os principais itens da Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

Como contraponto ao noticiário político mais negativo, o dólar em baixa e o avanço tímido da produção industrial em fevereiro ante janeiro, de 0,7%, ajudaram a ancorar as taxas. A produção subiu menos do que apontava a mediana das estimativas (1,00%) coletadas pelo Projeções Broadcast e endossa a percepção de que a atividade se recupera em ritmo muito lento.

Estadão
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