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Juros reduzem alta e fecham perto da estabilidade após minuta da Previdência

4 fev 2019 - 19h10
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As taxas de juros negociadas no mercado futuro fecharam próximas da estabilidade nesta segunda-feira, 4, com ligeiro viés de alta, determinado pelo fortalecimento do dólar ante o real e outras moedas pelo mundo. A divulgação da minuta da proposta para a reforma da Previdência - obtida em primeira mão pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado - foi o principal evento do período da tarde e contribuiu para um ligeiro alívio na curva. No documento, a novidade ficou por conta da previsão de idade mínima para aposentadoria de 65 anos também para as mulheres, o que foi bem recebido entre analistas.

Para Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset Management, o balanço do final de semana e do dia foi essencialmente positivo, desde as eleições na Câmara e Senado até a divulgação do conteúdo da PEC da reforma da Previdência. Para ele, o comportamento dos juros refletiu dois fatores distintos: de um lado, o otimismo com o cenário político doméstico favorecia a redução dos prêmios. De outro, a apreciação do dólar internacionalmente foi fator que incentivava a abertura da curva.

"(A minuta da PEC) foi uma sinalização bastante positiva. Mostrou que o governo busca colocar em prática o que Bolsonaro vem defendendo, que é a noção do 'mais Brasil e menos Brasília'. É uma sinalização importante, pois será necessário diminuir os gastos do governo para se auto suprir", afirmou o economista. Para ele, a derrota de Renan Calheiros (MDB-AL) foi outro ponto importante dos acontecimentos recentes, não apenas por ter perdido a disputa pela presidência do Senado, mas também porque os sinais são de enfraquecimento do senador, que provavelmente terá dificuldades em ser um forte opositor.

Ao final da sessão estendida de negócios na B3, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2020 fechou com taxa de 6,37%, ante 6,36% do ajuste de sexta. O vencimento de janeiro de 2021 terminou com 6,98%, de 6,95%. O DI para janeiro de 2023 ficou com taxa de 8,06%, de 8,04%. Na ponta mais longa, o DI para janeiro de 2025 teve taxa de 8,56%, de 8,55%.

Para Jason Vieira, o cenário à frente para o mercado de juros segue uma incógnita, não apenas pelo imponderável do ambiente político, mas também porque não se sabe como exatamente a economia irá se comportar após a reforma. "O mercado projeta corte da taxa mais para o final do ano, mas não se sabe se isso será possível. Será difícil cortar juros em um ambiente de estímulo da economia pelo aumento da confiança. E também não se sabe se haverá crescimento pelo aumento da confiança. São muitas dúvidas e será difícil o Banco Central tomar uma atitude nesse período", afirmou.

Estadão
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