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Juros recuam com alívio no câmbio, bom humor no exterior e Previdência

1 abr 2019 - 18h22
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A curva de juros doméstica começou a semana em movimento de "desinclinação" com os contratos de longo prazo em queda firme, de mais de 10 pontos-base, influenciada diretamente pelo bom humor nos mercados internacionais, por sua vez amparado em indicadores positivos da economia da China, Estados Unidos e Reino Unido que reduziram os temores de forte desaceleração da economia mundial. Os números alimentaram o apetite por ativos de risco, aliviando o câmbio de países emergentes e levando o dólar por aqui a, nas mínimas, ser negociado na casa dos R$ 3,86. Ainda que com menos intensidade, as taxas curtas também caíram após as quedas nas medianas das estimativas para o PIB no Boletim Focus do Banco Central.

Contribuíram ainda para compor o clima positivo a expectativa favorável sobre o fechamento de um acordo comercial entre chineses e norte-americanos nesta semana e, internamente, sobre o andamento da reforma da Previdência.

Após dias de forte volume de contratos negociados, o giro foi mais fraco, voltando ao padrão das segundas-feiras. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou a sessão regular em 6,495%, de 6,521% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2021 caiu de 7,142% para 7,05% (mínima). A taxa do DI para janeiro de 2023 recuou de 8,242% para 8,13% e a do DI para janeiro de 2025, de 8,752% para 8,65%.

"O que está animando a curva é o câmbio. A possibilidade de a China voltar a crescer anima principalmente emergentes, pois cada um depende dela à sua maneira", destacou Paulo Nepomuceno, estrategista de renda fixa da Coinvalores.

O PMI do setor industrial da China (50,5) voltou a ficar acima de 50 - marca que separa expansão de contração - em março, no maior nível em seis meses. Nos Estados Unidos, diversos indicadores acima do esperado da economia do país, como o índice de atividade industrial do ISM e os investimentos em construção, estão alimentando revisões em alta para o PIB do primeiro trimestre. Por fim, o PMI industrial do Reino Unido subiu para 55,1 em março, atingindo o maior nível em 13 meses.

No Brasil, o noticiário sobre a Previdência não trouxe novidades, mas ainda assim o mercado mantém o otimismo sobre a possibilidade de, finalmente, a proposta começar a avançar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. É grande a expectativa pela participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, na Comissão na quarta-feira, quando fará nova defesa do texto aos deputados.

Os juros curtos também cederam, na medida em que o recuo nas medianas para o PIB na pesquisa Focus reforça a perspectiva de manutenção da Selic em 6,50% e de que o próximo movimento da taxa básica, ainda que não necessariamente no curto prazo, será de baixa. A mediana para 2019 caiu a 1,98%, apontando pela primeira vez desde que Jair Bolsonaro assumiu a presidência da República crescimento inferior a 2,00% este ano. A mediana para 2020 passou de 2,78% para 2,75%.

Estadão
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