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Juros futuros fecham em alta em dia de cautela no exterior

24 jan 2019 - 18h49
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As taxas de juros negociadas no mercado futuro foram ajustadas para cima nesta quinta-feira, 224, marcada por menor movimentação no cenário político doméstico, mas pela manutenção do clima de cautela no ambiente internacional, com renovados temores de desaceleração da economia global. Segundo analistas, a expectativa quanto ao andamento das reformas e medidas de ajuste fiscal manteve-se otimista, mas o espaço para redução dos prêmios é bastante limitado, o que torna as taxas mais sensíveis aos ajustes.

Ao final dos negócios na etapa estendida na B3, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2020 teve taxa de 6,48%, ante 6,44% do ajuste de quarta. O DI para janeiro de 2021 projetou 7,21%, ante 7,18% do ajuste anterior. O vencimento de janeiro de 2023 ficou com 8,36%, ante 8,29%. Na ponta mais longa, o contrato de janeiro de 2025 terminou o dia com taxa de 8,89%, de 8,78%.

"Os juros caíram em função de boas notícias dos últimos dias, mas, para se manter nesse nível ou até mesmo cair mais, as notícias precisam se concretizar", disse Josian Teixeira, diretor da Lifetime Asset.

Na quarta-feira, sinalizações da equipe econômica do governo acerca da reforma da Previdência e dos planos de privatização levaram as taxas a se ajustarem em baixa, com a leitura de que o avanço do ajuste fiscal pode favorecer a redução da taxa Selic ou a manutenção dos juros básicos por mais tempo. Com os indicadores de inflação bem comportados e o governo ainda trabalhando na elaboração da proposta da reforma da Previdência, o compasso de espera volta às mesas de negociação.

"No Brasil, sem fatos novos de peso, os investidores continuaram de olho no exterior e especulando sobre as possibilidades em torno da reforma da Previdência. As discussões sobre o regime dos militares estão chamando a atenção, com um embate entre a equipe econômica (que quer a tramitação simultânea da proposta) e os ministros militares, que querem a colocação do tema em um segundo momento", disse Silvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria. Segundo ele, a proximidade do feriado em São Paulo, nesta sexta, pode ter sido um fator a incentivar a postura mais defensiva no câmbio e nos DIs.

Estadão
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