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Juros futuros fecham em alta, com pressão no câmbio e preocupações fiscais

12 jul 2018 - 16h59
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Os juros futuros renovaram máximas na última hora da sessão desta quinta-feira, 12, especialmente nos vencimentos de longo prazo, que captam mais sensivelmente as preocupações com a área fiscal e que cresceram nos últimos dias, em função da chamada "pauta-bomba" em andamento no Congresso Nacional. A aceleração da alta das taxas não foi puxada por um fator específico, mas operadores de renda fixa afirmam que coincidiu com a piora do câmbio.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 fechou em 6,880% (máxima), de 6,834% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2020 subiu de 8,20% para 8,32%. A taxa do DI para janeiro de 2021 fechou em 9,31%, de 9,18% ontem no ajuste. A taxa do DI para janeiro de 2023 fechou em 10,73%, de 10,54%, e a do DI para janeiro de 2025 avançou de 11,19% para 11,36%.

"O mercado está bem estranho. O dólar ante emergentes sobe só aqui. Outras moedas que não o real estão bem", afirmou o trader do Banco Sicredi, Getulio Ost. Ele lembra que as informações importantes para conduzir os negócios "já estavam todas sobre a mesa desde manhã" e que à tarde não sugiram fatos novos para justificar a piora.

Entre os motivos de cautela está o fato de o Congresso estar aprovando uma série de projetos que aumentam gastos ou abrem mão de receitas para beneficiar setores específicos, cujo impacto pode ultrapassar os R$ 100 bilhões nas contas públicas nos próximos anos. Em entrevista ao Broadcast Ao Vivo Interativo, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, minimizou essa hipótese, afirmando que qualquer medida adotada pelo governo e que tenha que ser modificada - como a manutenção de benefícios à indústria de refrigerantes na Zona Franca de Manaus, que foi uma revogação de um decreto de Michel Temer - terá de ser substituída por alguma outra medida que possua "o mesmo alcance, o mesmo efeito do ponto de vista financeiro".

Além disso, o Congresso aprovou nesta quinta-feira, 12, pela madrugada a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2019 sem os trechos que vedavam a aprovação de reajustes a servidores e que obrigavam o próximo governo a cortar 5% das despesas com custeio administrativo no ano que vem. Porém, manteve o cumprimento da chamada "regra de ouro" do Orçamento, que impede a emissão de dívida para pagar despesas correntes, como salários.

Às 16h30, o dólar à vista subia 0,56%, aos R$ 3,8857.

Estadão
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