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Juros fecham em baixa com otimismo sobre tramitação da Previdência e exterior

3 jul 2019 - 18h14
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O mercado de juros ampliou o viés doador no período da tarde, quando as taxas longas acentuaram a queda e as curtas, que pela manhã tinham viés de alta, passaram a cair, fechando em novas mínimas históricas nos contratos mais líquidos. As taxas oscilaram durante todo o dia em função do noticiário sobre o andamento da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara e do humor externo. Receios em relação a um possível atraso no cronograma de hoje na comissão traziam cautela pela manhã, mas houve alívio depois que o presidente do colegiado, Marcelo Ramos (PL-AM), rechaçou a ideia de se adiar a sessão para amanhã, sustentando a expectativa de que a votação ocorra ainda nesta quarta-feira. Com isso, as taxas curtas, que exibiam viés de alta na primeira etapa, passaram a cair à tarde, na medida em que o cronograma da Previdência tem relação estreita com as expectativas do mercado sobre o início do ciclo de quedas da Selic.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) de 2021 fechou a sessão regular em 5,79%, de 5,839% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 caiu de 6,650% para 6,55%. A taxa do DI para janeiro de 2025 terminou em 7,03%, de 7,101%.

Profissionais das mesas de renda fixa observam um elevado grau de sensibilidade dos ativos a declarações e à movimentação dos principais atores da reforma da Previdência no Congresso, porque o cronograma para se votar no plenário da Câmara antes do recesso parlamentar, a partir do dia 18, está muito apertado. Por isso, o mercado estressou mais cedo com a possibilidade de o PSL, diante da pressão por tratamento diferenciado no texto a policiais militares, apresentar destaques, o que atrasaria o andamento dos trabalhos, além do impasse em torno da proposta de cobrança de alíquotas extraordinárias de servidores e dos requerimentos para adiamento da votação.

Perto das 17h, contudo, a sessão da comissão ainda nem havia começado. O relator, Samuel Moreira (PSDB-SP), ainda fazia ajustes ao texto, enquanto Ramos, no Twitter, afirmava que "todos os esforços estavam sendo feitos para votar ainda hoje".

A curva perdeu bastante inclinação nesta quarta-feira muito em função das taxas longas, que "fecharam" em torno de 10 pontos-base. O recuo daquele trecho ganhou força depois do fechamento dos mercados em Wall Street, antecipado em função do feriado em comemoração da Independência dos Estados Unidos, amanhã. As bolsas em Nova York encerraram em alta firme, com Dow Jones e Nasdaq, nas máximas, e o rendimento dos Treasuries, em baixa consistente. O apetite pelo risco favoreceu moedas de economias emergentes, com o real em destaque ante seus pares.

Estadão
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