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Juros fecham em alta moderada com pressão no câmbio

7 out 2019 - 18h23
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O movimento de queda moderada dos juros visto pela manhã desta segunda-feira não se sustentou e já a partir do começo da tarde as taxas zeraram o recuo e passaram a exibir viés de alta, renovando máximas. A inversão se deu em linha com o aumento da pressão no câmbio, num dia ruim para moedas emergentes. Sem respaldo de volume - a liquidez ficou bem abaixo do padrão recente -, a recomposição de prêmios foi vista como um ajuste após as taxas terem encerrado a semana passada nos pisos históricos.

Na medida em que o dólar se fortalecia ao longo da segunda etapa dos negócios, voltando aos R$ 4,10, as taxas deixaram para trás marcas emblemáticas, caso da do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020, que pela manhã furou os 5%, chegando até a mínima de 4,996%. Este é o principal contrato a refletir as apostas para as reuniões do Copom em 2019. Já a do DI para janeiro de 2023, que nas últimas duas sessões esteve abaixo dos 6%, voltou a este patamar. A taxa do DI janeiro de 2021 encerrou a 4,88%, de 4,858% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2023 terminou na máxima de 6,02%, de 5,971% no ajuste anterior. A do DI para janeiro de 2025 subiu de 6,581% para 6,64%.

"Todos os emergentes estão apanhando hoje (segunda) e o destaque é a Turquia", afirmou o gestor de renda fixa da Absolute Investimentos, Mauricio Patini, reforçando que o desempenho da moeda brasileira não destoa dos demais. Ele lembra ainda que o real foi uma das moedas emergentes que mais se valorizaram na semana passada e, com isso, havia espaço para alguma realização.

A agenda local e externa não teve destaques, o que deixou o mercado mais sensível a fatos políticos e geopolíticos. O presidente Donald Trump ameaçou "destruir a economia" da Turquia, caso o país faça algo "fora dos limites". No domingo, a Casa Branca informou que a Turquia prepara uma invasão do norte da Síria. Também não ajuda o clima que antecede o encontro de membros de alto escalão da China e Estados Unidos nesta semana para discutir o acordo comercial. Há informações de que o país asiático estaria disposto a fazer um acordo parcial, o que em tese contraria o desejo de Trump de fechar um acordo completo. No fim da tarde, Trump afirmou o acordo comercial com a China é uma 'boa possibilidade'.

Internamente, o mercado monitora atrasos no cronograma de votação da reforma da Previdência no Senado e indefinição sobre a partilha dos recursos da cessão onerosa. Ainda, nesta tarde, as mesas de operação especulavam sobre uma possível saída do ministro da Economia Paulo Guedes em função da falta de tração da economia. Vale lembrar que no fim de semana o presidente Jair Bolsonaro reforçou seu apoio ao ministro em entrevista ao 'Estado'. "A economia é 100% com o Guedes", afirmou.

Estadão
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