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IPCA: Deflação em agosto trouxe 'notícias boas', diz economista

10 set 2024 - 13h41
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IPCA. Foto: Pixabay.
IPCA. Foto: Pixabay.
Foto: Suno

Após o primeiro registro de deflação em 2024, a estrategista de Inflação da Warren Investimentos, Andréa Angelo, comenta que o IPCA trouxe 'notícias boas na descompressão dos núcleos e serviços subjacentes'.

A variação do IPCA de agosto foi negativa em 0,02%, conforme divulgado na manhã desta terça (10).

"Os serviços subjacentes vieram abaixo do esperado por nós, 0,28% vs. 0,39%, com a desaceleração mais intensa e espalhada sendo explicada por alimentação fora do domicílio, conserto de automóveis e cinema", comenta a especialista sobre o dado de deflação divulgado.

"A média dos núcleos seguiu a mesma direção, fomos surpreendidos para baixo. Esperávamos 0,34% e veio 0,25%, a maior parte foi explicada por perfume, que apresentou deflação maior que a antecipada de -0,76% vs. -0,10%", completa.

Angelo ainda acrescenta que as 'surpresas altistas' foram alimentos voláteis e eletroeletrônicos.

"Vale dizer que os alimentos registraram deflação menor que a esperada por nós, de -0,73% vs. -0,95% esperada, principalmente pelos produtos in natura, o tomate e a batata e frango", explica.

"O grupo in natura caiu -4,7%, com os tubérculos registrando deflação de 16,3% vs. -18,07% esperado. No ano, in natura registra alta de em torno de 3,3% e esperamos que volte a subir por conta da seca e atinja 9,1%. No mesmo sentido, vemos os alimentos no domicílio deixar o 4,6% em 12 meses e terminar mais próximo de 6%", conclui.

Mais dados do IPCA de agosto

O IPCA de agosto apresenta uma desaceleração frente ao mês anterior, quando os preços haviam subido 0,38%, e ficou também abaixo do consenso, que esperava alta de 0,01%. Já em agosto de 2023, o avanço havia sido de 0,23%.

Com o resultado do IPCA divulgado nesta terça-feira, o País tem uma inflação acumulada de 4,24% em 12 meses. No acumulado de 2024, a alta é de 2,85%.

Em agosto, dois grandes grupos do IPCA tiveram queda e puxaram a deflação. O grupo alimentação e bebidas caiu 0,44% em agosto, contribuindo com um recuo de 0,09 ponto percentual no índice geral.

Esse é o segundo mês consecutivo de queda do grupo, que mais uma vez foi puxado pelo subgrupo alimentação no domicílio, com recuo de 0,73%.

Esse resultado pode ser explicado sobretudo pelos alimentos in natura, que tiveram uma disparada nos preços há alguns meses por conta das complicações climáticas e as enchentes no Rio Grande do Sul.

Os preços da batata inglesa, por exemplo, caíram 19,04% em agosto. Os do tomate recuaram 16,89% e a cebola ficou 16,85% mais barata.

Já o grupo de habitação teve baixa de 0,51% em agosto, entregando uma redução de 0,08 ponto percentual para o IPCA. A influência principal foi da conta de luz, que teve queda de 2,77% no mês, em linha com a mudança da bandeira tarifária que saiu de amarela em julho para verde em agosto.

Suno
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