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IPCA-15 traz alívio, mas juros fecham perto da estabilidade com piora externa

21 dez 2018 - 19h02
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O otimismo com o cenário de inflação e política monetária, nesta sexta-feira, 21, reforçado pela deflação do IPCA-15 de dezembro acima da mediana das estimativas, conduziu o mercado de juros nesta sexta-feira, resultando em queda para as taxas futuras durante boa parte da sessão, mesmo com o dólar em alta. A partir da última hora do pregão regular, porém, com a piora do humor no exterior e a moeda americana batendo sucessivas máximas para perto dos R$ 3,90, a queda perdeu força, jogando as taxas para perto da estabilidade.

O volume foi mais baixo, já refletindo a redução do ritmo das operações às vésperas das festas de fim de ano. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou com taxa de 6,590%, de 6,581% na quinta no ajuste, e a do DI para janeiro de 2021 encerrou em 7,38%, de 7,392%. A taxa do DI para janeiro de 2023 passou de 8,632% para 8,60% e a do DI para janeiro de 2025, de 9,252% para 9,23%.

Na semana, houve um expressivo alívio de prêmios nos trechos longo e intermediário. Na última sexta-feira, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 7,52%; o DI para janeiro de 2023, 8,83%; e a do DI para janeiro de 2025, 9,46%.

A deflação de 0,16% do IPCA-15 de dezembro foi maior do que apontava a mediana (-0,12%) encontrada na pesquisa do Projeções Broadcast. Este é o menor resultado mensal registrado desde julho de 2017 e o menor para um mês de dezembro desde a implantação do Plano Real, em 1994. O índice fechou o ano com alta de 3,86%, ante 2,94% em 2017. O dado reforçou o cenário confortável para a inflação e a leitura dos textos do Copom de que a Selic pode permanecer em 6,50% por muitos meses, talvez até durante todo o ano de 2019.

Ainda que a deflação do IPCA-15 justifique o fluxo doador nesta sexta-feira, alguns profissionais acreditam que as posições vendidas estão muito esticadas, sobretudo diante do que está acontecendo no mundo. "Parece que, haja o que houver, o DI cai. A ata tentou tirar o tom 'dovish' do comunicado do Copom, mas o mercado não quis saber e vende", disse o gestor citado acima.

Além das preocupações com a perda de força da economia global, em especial recessão nos Estados Unidos e desaceleração da China, e os imbróglios do Brexit no Reino Unido e orçamentário na Itália, entre quinta e sexta houve aumento das tensões com a possibilidade de paralisação do governo nos Estados Unidos. Para o presidente Donald Trump, há "grande chance" de que isso ocorra por causa da oposição do Partido Democrata a apoiar a liberação de verbas para a construção de um muro na fronteira com o México.

Estadão
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