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IPCA-15 indica inflação pouco acima da meta em 2020; nível é mais alto em 4 anos

22 dez 2020 - 09h06
(atualizado às 10h24)
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Os alimentos mantiveram a prévia da inflação brasileira sob forte pressão em dezembro, indicando que a alta dos preços encerrará o ano pouco acima do centro da meta do governo e com a taxa acumulada mais elevada em quatro anos.

Consumidora faz compras em supermercado do Rio de Janeiro
10/09/2020
REUTERS/Pilar Olivares
Consumidora faz compras em supermercado do Rio de Janeiro 10/09/2020 REUTERS/Pilar Olivares
Foto: Reuters

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) acelerou a alta a 1,06% em dezembro, de 0,81% em novembro, no resultado mensal mais alto desde junho de 2018 (1,11%), informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.

Com isso, o índice acumulou nos 12 meses até dezembro avanço de 4,23%, de 4,22% em novembro. O resultado fica pouco acima do centro da meta para este ano, que é de 4% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.

Além disso, a taxa acumulada no ano é a mais alta desde 2016, quando foi de 6,58%, e ficou bem acima do aumento de 3,91% do IPCA-15 verificado em 2019.

Os resultados ainda ficaram abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters, de avanços de 1,18% no mês e de 4,35% em 12 meses.

O ano de 2020 começou com o cenário de preços fracos, intensificado pelas paralisações e isolamento para contenção do novo coronavírus.

Entretanto, em meados do ano os preços passaram a apresentar repique, com os alimentos entrando em destaque no final do ano em meio às exportações, fortalecimento do dólar, auxílio emergencial e também a flexibilização das medidas de isolamento.

Em dezembro, o IPCA-15 mostra que a maior variação e maior impacto ficaram, novamente, com o grupo Alimentação e bebidas, com alta no mês de 2%, embora tenha desacelerado de 2,16% em novembro.

A alta foi impulsionada pelo aumento dos alimentos para consumo no domicílio (2,57%), com destaque para carnes (5,53%), arroz (4,96%) e frutas (3,62%).

O grupo foi o que mais subiu em 2020, acumulando em 12 meses alta de 14,36%, a maior para um ano desde 2002, quando subiu 18,11%.

Também se destacou em dezembro o avanço de 1,50% do grupo Habitação, depois de alta de 0,34% no mês anterior, com a energia elétrica disparando 4,08% devido ao retorno da bandeira vermelha patamar 2.

Apenas Vestuário apresentou queda dos preços em dezembro, de 0,44%, depois de alta de 0,96% em novembro, com recuo nos preços das roupas masculinas (-0,99%), femininas (-0,60%) e infantis (-0,03%).

O Banco Central encerrou o ano de 2020 com a taxa básica de juros na mínima histórica de 2%, mas destacou que, em função do quadro inflacionário, as condições para seu compromisso de não subir a Selic podem em breve não estar mais satisfeitas, ainda que isso não signifique que a taxa será mecanicamente elevada.

O BC vem ainda mantendo a avaliação de que os choques atuais ligado à inflação deverão ser passageiros, ao mesmo tempo em que prevê retomada mais lenta no mercado de trabalho e na volta à normalidade após as restrições impostas pela pandemia do coronavírus, projetando crescimento da economia de 3,8% em 2021.

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