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Investidor antecipa eleição e Ibovespa sobe 1,95%

26 out 2018 - 19h05
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O mercado brasileiro de ações dedicou o último pregão antes do segundo turno da eleição presidencial para antecipar a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) sobre Fernando Haddad (PT). Com menos de 48 horas para o pleito eleitoral, a percepção foi de que não haveria mais chances de vitória do candidato petista, considerado contrário a uma agenda liberal e reformista. Com isso, o Índice Bovespa minimizou as fortes perdas em Nova York e fechou nesta sexta-feira, 26, com ganho de 1,95%, aos 85.719,87 pontos, na máxima do dia. Os negócios somaram R$ 19,5 bilhões.

Além do otimismo com o cenário eleitoral, também contribuíram para a alta das ações as perspectivas otimistas para as empresas brasileiras, não apenas por resultados corporativos, mas também pela análise benigna de algumas instituições financeiras internacionais.

"Com o mercado externo negativo, ficou evidente que a alta da bolsa foi motivada por fator doméstico. A leitura mais favorável para o desfecho da eleição fica mais visível quando observamos o desempenho dos índices setoriais, com destaque para as ações dos setores de utilidade pública, que reagem à expectativa de privatizações", disse Daniel Xavier, economista-chefe do DMI Group.

Entre essas ações estiveram Eletrobras e Cemig, que tiveram altas de até 7%. Além desses, outros papéis do "kit eleição", tidos como termômetros de percepção política, se destacaram em alta. Petrobras ON e PN subiram 3,77% e 4,86%, refletindo menor chance de ingerência política na estatal. Banco do Brasil ON avançou 5,79% sob o mesmo argumento.

A pesquisa Datafolha divulgada na noite de quinta-feira indicando redução da diferença entre Bolsonaro e Haddad teve efeito neutro sobre os negócios com ações. Um dos motivos para isso foi a divulgação de levantamentos encomendados por instituições financeiras com resultados diferentes, indicando diferenciais maiores que os 12 pontos porcentuais mostrados na quinta-feira.

"A grande dúvida agora é saber se a confirmação da eleição de Bolsonaro dará novo impulso às ações ou se o cenário internacional vai impor uma correção. Não podemos nos esquecer que a alta do Ibovespa tem sido sustentada principalmente pelos investidores institucionais locais, uma vez que os estrangeiros estão vendidos no mês", disse um gerente de mesa.

Estadão
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