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Indústria vai produzir 200 mil carros a menos que o previsto

Queda das exportações para a Argentina é a principal responsável, mas vendas internas também serão menores

8 out 2019 - 04h11
(atualizado às 08h46)
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A indústria automobilística brasileira vai produzir 200 mil veículos a menos do que havia projetado no início do ano. A maior parte da queda virá da redução das exportações para a Argentina, que devem somar apenas 175 mil unidades ante 370 mil previstas em janeiro.

Com a revisão dos números divulgada na segunda, 7, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o setor deve encerrar o ano com produção de 2,94 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, volume 2,1% maior que o de 2018. Antes, a previsão era de crescimento de 9%.

Carros da Volkswagen em pátio da empresa no Vale do Paraíba, SP 
07/01/2015
REUTERS/Roosevelt Cassio
Carros da Volkswagen em pátio da empresa no Vale do Paraíba, SP 07/01/2015 REUTERS/Roosevelt Cassio
Foto: Reuters

Em razão do desempenho inferior ao esperado, algumas montadoras planejam dar férias coletivas de fim de ano maiores que as de 2018 e até mesmo estudam lay-off (suspensão temporária de contratos de trabalho) em janeiro - caso, por exemplo, da Volkswagen.

O volume de exportações foi reduzido de 590 mil para 420 mil veículos, o que representará queda de 33% na comparação com o ano passado.

O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, afirma ser "pouco provável que o mercado argentino se recupere em 2020". O país passa por severa crise econômica. Em 2018, foi responsável por 70% das exportações das montadoras brasileiras, participação que hoje está em 50%.

O mercado interno de automóveis e comerciais leves também será inferior ao previsto - em 60 mil unidades -, e deve somar 2,8 milhões de veículos, alta de 9,1% em relação ao ano passado. Em janeiro, a previsão era de crescimento de 11,4%.

Moraes ressalta que o resultado pode ser melhor, principalmente se a reforma da Previdência for aprovada. "Seria bom que parassem com esse tititi o mais rápido possível e que tivéssemos uma reforma robusta." Ele também conta com a intenção dos bancos de liberarem mais crédito nesse segundo semestre em relação ao de 2018.

De janeiro a setembro, a indústria produziu 2,258 milhões de veículos, 2,9% a mais que em igual período do ano passado. As vendas internas aumentaram 9,9% (2,029 milhões de unidades), enquanto as exportações despencaram 35,6%, para 337,5 mil unidades. Em 12 meses, as fábricas cortaram 4,6 mil vagas e hoje empregam 127,9 mil trabalhadores.

Estadão
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