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Indústria dos EUA mostra resiliência apesar de aumentos dos juros

27 jun 2022 - 14h45
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As novas encomendas e embarques de bens de capital feitos nos Estados Unidos aumentaram com força em maio, o que aponta para uma força sustentada nos gastos de empresas com equipamentos no segundo trimestre, mas a elevação da taxa de juros e condições financeiras mais apertadas podem desacelerar o impulso.

Fábrica da Gent Machine Co. em Cleveland, EUA
26/05/2021. REUTERS/Timothy Aeppel/File Photo
Fábrica da Gent Machine Co. em Cleveland, EUA 26/05/2021. REUTERS/Timothy Aeppel/File Photo
Foto: Reuters

O avanço quase amplo nas encomendas relatado pelo Departamento de Comércio dos EUA nesta segunda-feira ocorreu apesar da deterioração do sentimento empresarial e do consumidor, bem como da intensificação de temores de uma recessão. Os ganhos refletiram, em parte, preços mais altos. O banco central norte-americano vem apertando agressivamente a política monetária para conter a inflação.

As encomendas de bens de capital que fora do setor de defesa e que excluem aeronaves, medida importante para planos de gastos empresariais, subiram 0,5% no mês passado. O chamado núcleo dos bens de capital havia avançado 0,3% em abril. Economistas consultados pela Reuters previam que esses pedidos subiriam 0,3% em meio.

Essas encomendas tiveram alta de 10,2% na base anual em maio. O avanço do mês passado refletiu um aumento de 1,1% nos pedidos de máquinas. Houve também forte demanda por metais primários, bem como computadores e produtos eletrônicos. Mas as encomendas de equipamentos elétricos, eletrodomésticos e componentes caíram 0,9%, enquanto a demanda por produtos metálicos fabricados permaneceu inalterada.

O aumento acima do esperado no núcleo das encomendas de bens de capital destacou a força subjacente na manufatura, que equivale a 12% da economia, apesar de pesquisas fracas sobre a indústria. Uma sondagem da S&P Global na semana passada mostrou que a confiança das empresas caiu em junho para o nível mais baixo desde setembro de 2020. A demanda por bens continua forte, mesmo com os gastos voltando aos serviços. A produção também continua sendo sustentada por empresas que ainda estão reconstruindo estoques, mesmo que alguns grandes varejistas como Walmart e Target tenham relatado que estão carregando muita mercadoria. ENVIOS FORTES Os embarques do núcleo de bens de capital aumentaram 0,8% no mês passado, igualando o ganho de abril. As remessas são usadas para calcular os gastos com equipamentos na medição do Produto Interno Bruto. Apesar de algum impulso dos preços mais altos, os embarques ainda mostraram força após o ajuste pela inflação. As encomendas de bens duráveis, itens que vão de torradeiras a aeronaves e que devem durar três anos ou mais, avançaram 0,7% em maio, após alta de 0,4% em abril. Elas foram impulsionados por um ganho de 0,8% nas encomendas de equipamentos de transporte, que seguiu um aumento de 0,7% em abril.

Os embarques de bens duráveis subiram 1,3% no mês passado, após alta de 0,3% em abril. As encomendas de bens duráveis não atendidas avançaram 0,3% e os estoques tiveram alta de 0,6%.

Relatório separado nesta segunda-feira da Associação Nacional de Corretores de Imóveis mostrou que seu Índice de Vendas Pendentes de Imóveis, baseado em contratos assinados, subiu 0,7%. O aumento, no entanto, reverteu apenas em parte os declínios dos últimos seis meses, deixando os contratos em queda de 13,6% na comparação anual.

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