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Bolsa amplia perdas puxada pelos bancos, com a percepção de risco interno

No cenário político, o foco está na sessão da Câmara para votação dos destaques da reforma do Imposto de Renda; pesam ainda diversos outros fatores, como a frustração com o desempenho da indústria e a crise institucional

2 set 2021 - 15h15
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O ambiente doméstico adverso mantém o investidor na defensiva nos mercados de juros e de ações da tarde desta quinta-feira, 2, por causa de desdobramentos de fatos políticos e econômicos. No cenário político, o foco está na sessão da Câmara para votação dos destaques da reforma do Imposto de Renda. O texto-base foi aprovado na quarta. Pesam ainda diversos outros fatores, como a frustração com o desempenho da indústria e a crise institucional.

Às 14h42, o Ibovespa caía 1,73%, na mínima do dia, a 117.33388,03 pontos. As ações do setor financeiro continuam como destaque de queda, justamente por conta de alguns dos aspectos da reforma do IR. Na análise por índices setoriais, o IFNC, que congrega ações do setor financeiro, tinha perda de 1,89%.

Ao contrário da Bolsa, que ignora o sinal positivo dos mercados acionários em Nova York, o câmbio segue refletindo o enfraquecimento do dólar no exterior. O dólar à vista era negociado a R$ 5,1622, em queda de 0,44%. Já os juros futuros também refletem a cautela do investidor. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2027 tinha taxa de 10,11%, ante 9,97% do ajuste de ontem.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, minimizou as derrotas sofridas pelo governo no Senado e agradeceu ao presidente da Câmara, Arthur Lira, e ao relator da reforma do IR, Celso Sabino, pelo trabalho de coordenação da matéria. "Democracia é isso: você chega com uma proposta e ela sofre alteração", afirmou Guedes, já antecipando que a reforma tributária também de era ter "um ajuste ou outro" quando for ao Senado.

O plenário da Câmara aprovou (319 a 140 votos) uma mudança no texto da reforma do Imposto de Renda que reduz a alíquota sobre dividendos distribuídos à pessoa física. No texto-base, a cobrança seria de 20%, mas agora foi reduzida a 15% após um acordo liderado por partidos do Centrão, que dão base de sustentação ao presidente Jair Bolsonaro. Hoje, esses rendimentos são isentos de IR. Empresas do Simples e do lucro presumido (muito usado por profissionais liberais) com faturamento de até R$ 4,8 milhões por ano permanecem isentas.

Estadão
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