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Arrecadação federal soma R$ 1,87 trilhão em 2021 e bate recorde histórico

O montante representa um crescimento de 17,36% na comparação com 2020, ano que ficou marcado pelo começo da pandemia de covid-19 e seus efeitos recessivos na economia

25 jan 2022 - 15h00
(atualizado às 20h02)
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BRASÍLIA E SÃO PAULO - Com a retomada da lucratividade das empresas e a alta dos preços de matérias-primas, a arrecadação de impostos e contribuições federais fechou o ano em R$ 1,878 trilhão, o melhor resultado da série histórica, iniciada em 1995 (o recorde anterior era de 2014, de R$ 1,873 trilhão - dado corrigido pela inflação).

O valor representa um crescimento real - já descontada a inflação - de 17% na comparação com R$ 1,479 trilhão de 2020, ano marcado pelo começo da pandemia.

Na série corrigida pela inflação, o resultado de 2021 chega a R$ 1,971 trilhão, mas a expectativa de economistas ouvidos pelo Estadão é de que o comportamento não deve se repetir neste ano, pelo ritmo mais fraco da atividade. O Fisco, porém, acredita que os dados prévios de janeiro apontam para uma retomada crescente.

"Tivemos aumento expressivo em tributos sobre lucros e rendimentos das empresas e também no imposto de renda de pessoas físicas", diz o secretário especial da Receita Federal, Julio Cesar Vieira Gomes.

O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, detalhou que houve uma alta expressiva na arrecadação dos setores de metalurgia e extração de minerais.

Entre os fatores que contribuíram para esse resultado estão o bom desempenho da demanda e dos preços das matérias primas (commodities), o câmbio, a inflação (que acaba desembocando em mais tributos recolhidos) e a própria recuperação da economia brasileira que houve no ano passado.

Segundo o pesquisador Bernardo Motta do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o crescimento na arrecadação de 2021 recompõe a perda real de 7% que houve em 2020 em relação ao anterior e supera em 9%, em termos reais, a arrecadação de 2019, quando não havia pandemia.

Motta diz que os fatores que levaram a esse crescimento surpreendente foram conjunturais: o desempenho da demanda e dos preços das matérias-primas (commodities), o câmbio, a inflação (que acaba desembocando em mais tributos recolhidos) e a própria recuperação da economia.

Também favoreceram os chamados "fatores não recorrentes", como recolhimentos extraordinários. Em 2021, os valores atípicos somaram aproximadamente R$ 40 bilhões dos impostos IRPJ e CSLL (ante R$ 8 bilhões no mesmo período do ano anterior).

Motta observa que os fatores que levaram a esse crescimento surpreendente da arrecadação em 2021 foram conjunturais. "O resultado não foi puxado por fatores estruturais."

Estadão
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