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Importação de carne suína pela China deve crescer para 4,2 mi t em 2020, diz FCStone

26 ago 2019 - 10h59
(atualizado às 12h23)
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As importações de carne suína pela China devem subir significativamente, de 2,1 milhões de toneladas em 2018 para 3,3 milhões em 2019 e 4,2 milhões de toneladas em 2020, devido aos surtos de peste suína africana no país, disse a consultoria e corretora INTL FCStone nesta segunda-feira.

09/04/2018
REUTERS/Daniel Acker - RC110A691AA0
09/04/2018 REUTERS/Daniel Acker - RC110A691AA0
Foto: Reuters

A FCStone estimou durante conferência do setor de commodities em São Paulo que a produção de carne de porco na China deve cair para 38 milhões de toneladas em 2019, ante 54 milhões de toneladas em 2018. Em 2020, deve haver novo recuo, para 34 milhões de toneladas, à medida que o país segue lutando para controlar a devastadora doença.

O diretor de inteligência de mercado da FCStone no Brasil, Renato Rasmussen, afirmou que a China pode levar até sete anos para retornar a níveis de produção próximos de 50 milhões de toneladas por ano, o que deverá deixar aberta uma janela de oportunidade para exportadores de carnes.

Além das maiores importações de carne suína, ele vê substituição do consumo de proteína animal na China, com maiores volumes de carne bovina e de frango.

Rasmussen, que afirmou que as estimativas divulgadas nesta segunda-feira foram baseadas em dados de analistas da FCStone na China, espera que a União Europeia e outros países asiáticos como o Japão e a Coreia do Sul se beneficiem das maiores importações de carne suína pelos chineses.

Ele afirmou que as elevadas tarifas impostas pela China sobre a carne suína dos Estados Unidos deverão limitar os embarques norte-americanos.

A China anunciou na semana passada que irá impor tarifas adicionais de 10% sobre importações de carne de porco dos EUA a partir de 1° de setembro, levando a tarifa total a 72%.

O analista disse que o Brasil pode se beneficiar da situação, não apenas com exportações de carne suína, mas também com maiores embarques de carne bovina e de frango.

"Acredito que o comércio de carne bovina pode se beneficiar mais, principalmente porque seria uma transição mais natural para os consumidores chineses escolher carne bovina em vez de frango", afirmou ele à Reuters após apresentação no evento.

Apesar da oportunidade para exportadores globais de carne, produtores de grãos podem perder, uma vez que o uso de ração animal na China deve cair significativamente.

A FCStone projeta que, se a peste suína reduzir a produção de carne de porco na China em 40%, o consumo de ração animal deverá cair para quase 37 milhões de toneladas/ano. O uso de milho para alimentação de animais pode cair em 23 milhões de toneladas, enquanto o uso de farelo de soja pode cair em 10 milhões de toneladas.

"A China irá superar essa situação, mas isso levará tempo. O país terá que modernizar completamente seu sistema de produção de carne suína", afirmou Rasmussem.

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