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BC e Tesouro darão liquidez enquanto necessário, diz Ilan

Nesta quinta-feira (07), o presidente da instituição monetária tinha afirmado que injetaria US$ 20 bilhões no mercado futuro

8 jun 2018 - 10h08
(atualizado às 10h33)
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O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, reforçou nesta sexta-feira que a autoridade monetária e o Tesouro Nacional têm atuado para fornecer liquidez ao mercado e que continuarão "enquanto for necessário e nos montantes que se mostrarem necessários".

Em um movimento inusitado, o BC divulgou os apontamentos do presidente para a teleconferência com investidores internacionais organizada pelo Bradesco BBI e para a palestra para o Instituto Brasileiro de Executivos Financeiros (IBEF) antes do início delas, marcadas respectivamente para as 11h e 13h. Normalmente isso só acontece quando os eventos começam.

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou que BC e Tesouro continuarão oferecendo liquidez ao mercado, seja cambial, seja de juros
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou que BC e Tesouro continuarão oferecendo liquidez ao mercado, seja cambial, seja de juros
Foto: Adriano Machado / Reuters

"BC e Tesouro vão continuar oferecendo de forma coordenada liquidez, seja no mercado de câmbio, seja no mercado de juros", disse Ilan, afastando ainda a possibilidade de encontros extraordinários do Comitê de Política Monetária (Copom) antes dos 45 dias regulamentares de intervalo. O próximo encontro está marcado para 19 e 20 de junho.

Na noite passada, Ilan já havia passado esse recado, acrescentando que o BC vai oferecer mais 20 bilhões de dólares em swaps cambiais --equivalentes à venda futura de dólares-- até o fim da próxima semana. Com isso, o dólar despencava mais de 2,5 por cento frente ao real nesta sessão, aproximando-se do patamar de 3,80 reais, depois de ter fechado o pregão passado em 3,92 reais.

"Não há preconceito quanto ao uso de qualquer instrumento. Podemos empregar swaps cambiais, reservas ou leilões de linha, dependendo da necessidade", completou Ilan, destacando que este é o momento de usar os swaps cambiais e que o regime é de câmbio flutuante, "e tem sido nossa primeira linha de defesa".

Ilan continuou apontando para o cenário externo como o fator que tem gerado as recentes turbulências nos mercados externos, evitando tocar nas eleições deste ano no Brasil. Os agentes econômicos têm argumentado que o mercado doméstico piorou após a greve dos caminhoneiros elevar as preocupações com a deterioração do quadro fiscal do Brasil, com a redução do preço do diesel gerando impacto bilionário sobre as contas do governo.

Além disso, pesquisas eleitorais têm mostrado dificuldade dos candidatos que o mercado considera como mais comprometidos com ajustes fiscais de ganhar tração na corrida presidencial.

"O mercado apresenta um comportamento volátil, com uma piora na percepção dos agentes internacionais em relação ao cenário global. Esta percepção tem provocado pressões sobre várias economias emergentes", afirmou ele.

"O diagnóstico é de um choque externo afetando cada país de acordo com suas características particulares", acrescentou.

Ilan repetiu ainda que a política monetária é separada da política cambial e que "não há relação mecânica entre as duas". E acrescentou que na próxima reunião do Copom, a análise continuará sendo pautada "sempre nas projeções e expectativas de inflação e o seu balanço de riscos".

"Essa análise levará em consideração que o impacto de choques recentes sobre a política monetária ocorre através dos seus efeitos secundários sobre a inflação (ou seja, pela propagação a preços da economia não diretamente afetados pelo choque)", afirmou, lembrando que esses efeitos tendem a ser mitigados pelo grau de ociosidade na economia e pelas expectativas e projeções de inflação ancoradas nas metas.

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