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Ibovespa sobe 2% no dia e tem 4ª semana seguida de alta à espera de desfecho eleitoral

26 out 2018 - 20h26
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A bolsa paulista fechou com o Ibovespa em alta de quase 2 por cento nesta sexta-feira, guiado pelo avanço de ações blue chips, com destaque para os papéis da Petrobras, no último pregão antes do desfecho da corrida presidencial.

Operador monitora cotações da bolsa paulista. 10/09/2015. REUTERS/Paulo Whitaker.
Operador monitora cotações da bolsa paulista. 10/09/2015. REUTERS/Paulo Whitaker.
Foto: Reuters

A sessão foi recheada de resultados corporativos e marcada pelo declínio em Wall Street, mas o mercado local resistiu à pressão externa e garantiu um desempenho semanal positivo, o quarto seguido, reforçando a perspectiva de alta em outubro.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,95 por cento, a 85.719,87 pontos. O volume financeiro foi expressivo e totalizou 19,4 bilhões de reais.

Na semana, o Ibovespa acumulou ganho de 1,78 por cento, elevando o avanço no mês para 8 por cento.

Perdas elevadas nas bolsas norte-americanas na primeira etapa dos negócios, após resultados de empresas como Amazon e Alphabet conhecidos na véspera decepcionarem, pesaram nas operações locais, fazendo o Ibovespa recuar 0,7 por cento.

A redução do declínio em Nova York, contudo, combinada com apostas de última hora no resultado da eleição no Brasil foi o gatilho para a bolsa brasileira retomar o viés positivo. Nos EUA, o S&P 500 ainda fechou em baixa de 1,7 por cento.

Investidores embarcaram para o fim de semana com expectativa majoritária de que Jair Bolsonaro, do PSL, será o novo ocupante do Palácio do Planalto, derrotando Fernando Haddad, do PT, no segundo turno do embate presidencial no domingo.

Tal aposta foi endossada por todas as pesquisas divulgadas desde o primeiro turno, em 7 de outubro, que mostraram Bolsonaro liderando com folga a disputa. Nem o estreitamento dessa diferença em sondagem Datafolha na véspera desanimou o mercado.

Estrategistas do Morgan Stanley elevaram a recomendação das ações brasileiras para 'compra' em seu portfólio para América Latina, avaliando que o país pode ter uma narrativa positiva de investimentos nos próximos 5 a 6 meses, desde que o novo governo sinalize seriedade em termos de consolidação fiscal.

Desde o resultado do primeiro turno, no qual Bolsonaro não só mostrou melhor desempenho como conseguiu eleger potenciais colaboradores no Congresso Nacional e nos Estados, o Ibovespa acumulou alta de 4 por cento.

O movimento foi puxado principalmente por investidores locais, de acordo com profissionais da área de renda variável, o que é referendado pelos dados de capital externo. Desde então, apenas dois pregões tiveram entrada líquida, nos dias 8 e 22.

"Os fundos de investimento no Brasil estavam com bastante caixa e continuam com níveis considerados elevados, o que pode ajudar a bolsa se eles decidirem investir", disse o chefe da área de renda variável da corretora de um banco em São Paulo.

Tal decisão, de acordo com fontes ouvidas pela Reuters, dependerá das sinalizações da nova administração, particularmente do ponto de vista fiscal, conforme apontado pelo Morgan Stanley, mas também da destreza do novo presidente para formar coalizões no Congresso Nacional.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN subiu 4,86 por cento, para 27,60 reais, na máxima do dia e maior valor de fechamento desde abril de 2010. A alta foi apoiada na melhora dos preços de petróleo no exterior, bem como em expectativas relacionadas ao cenário eleitoral, que favoreceram a valorização de cerca de 31 por cento das preferenciais da petrolífera de controle estatal este mês. PETROBRAS ON ganhou 3,77 por cento na sessão.

- BANCO DO BRASIL fechou em alta de 5,79 por cento, com o banco de controle estatal também suscetível à aposta para a corrida presidencial e tendo no radar ainda mudança em seu comando. ITAÚ UNIBANCO PN e BRADESCO PN valorizaram-se 1,87 e 1,73 por cento, respectivamente, endossando o viés positivo do pregão.

- VALE avançou 1,81 por cento, descolando-se do movimento de suas pares no exterior, em reação tardia a números fortes do terceiro trimestre conhecidos na quarta-feira à noite.

- B3 subiu 3,59 por cento, respondendo por contribuição relevante no Ibovespa, conforme agentes financeiros esperam volumes altos de negociação na operadora da bolsa paulista.

- CEMIG PN avançou 6,73 por cento, favorecida por expectativas com o resultado da eleição para o governo de Minas Gerais, com as propostas do candidato que lidera as pesquisas contemplando a privatização da elétrica de controle do governo mineiro. No mês, acumula elevação de mais de 68 por cento.

- GOL PN saltou 10,7 por cento, endossada pelo declínio do dólar ante o real, além das expectativas positivas em torno dos planos da companhia aérea de incorporar sua controlada Smiles

- SUZANO caiu 6,46 por cento, apesar de resultado operacional forte no terceiro trimestre, e com a fraqueza do dólar ante o real corroborando o ajuste negativo da produtora de papel e celulose, que ainda acumula alta de mais de 112 por cento em 2018.

- GPA PN caiu 2,24 por cento, revertendo o avanço do começo do pregão, também marcado pela divulgação de balanço, com resultado operacional medido Ebitda ajustado de 670 milhões de reais no terceiro trimestre, alta de 24,3 por cento ano a ano, e alta de 5,5 pontos na margem Ebitda ajustada.

- FLEURY perdeu 2,55 por cento, no primeiro pregão após a divulgação do balanço do terceiro trimestre, quando registrou Ebitda de 181,5 milhões de reais, crescimento de 11,1 por cento sobre um ano antes. O lucro líquido somou 90,3 milhões de reais, alta de 4,4 por cento.

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