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Ibovespa sobe 0,58%, com Ômicron e PEC em foco

29 nov 2021 - 18h54
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Após o tombo de 3,39% na sexta-feira, o Ibovespa teve recuperação parcial neste começo de semana, chegando a ficar bem perto de zerar as perdas do mês (-0,66% ao fim) faltando a sessão de amanhã para o encerramento de novembro - que será o fiel da balança para determinar se a referência da B3 estenderá a série negativa iniciada em julho ou se chegará a dezembro, quem sabe, em busca de alguma recuperação de fim de ano, com as perdas do Ibovespa agora a 13,61% em 2021.

Desde o primeiro semestre de 2013, quando o Ibovespa registrou seis perdas mensais consecutivas, não se vê série negativa tão extensa, caso se consume a quinta retração neste novembro. As quatro retrações seguidas, entre julho e outubro de 2021, haviam igualado o intervalo entre novembro de 2013 e fevereiro de 2014.

Nesta segunda-feira, o índice perdeu boa parte da força na reta final da sessão, em alta limitada a 0,58%, a 102.814,03 pontos no fechamento, entre mínima de 102.226,04 e máxima de 104.148,72 pontos, saindo de abertura aos 102.226,78. O giro financeiro nesta penúltima sessão do mês ficou em R$ 28,4 bilhões.

Acompanhando Nova York e o petróleo neste início de semana, também em recuperação parcial ante a onda de medo global vista na última sexta-feira, o dia foi de recuperação bem distribuída pelas ações e setores de maior peso no Ibovespa, com algumas exceções negativas, entre as quais o setor financeiro, que ao fim cedeu os ganhos moderados vistos mais cedo. Na ponta positiva, destaque para Getnet(+11,21%), Locaweb (+6,77%) e Usiminas (+6,12%). No lado oposto, Cyrela (-3,70%), CVC (-2,68%) e B3 (-2,38%).

Entre as blue chips, Petrobras ON e PN subiram 3,39% e 3,51%, respectivamente, e Vale ON fechou em alta de 1,25%, enquanto, no setor financeiro, as perdas chegaram a 1,20% (Unit do Santander), com apenas BB ON (+0,16%) sustentando leve ganho no encerramento, entre os grandes bancos.

O avanço do Ibovespa chegou a se acentuar moderadamente à tarde após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ter dito que a cepa da Covid-19, a Ômicron, é motivo de preocupação, mas não de pânico. Segundo ele, é possível que não haja necessidade de medidas adicionais para combater a nova variante, como restrições a viagens a outros países, por exemplo. A fala de Biden foi bem recebida no mercado americano, dando apetite extra ao investidor na B3.

"Houve exagero na sexta-feira por causa da variante. Agora, há uma reavaliação, com a visão de que não é tão preocupante quanto parecia a princípio, apesar da retomada de lockdown vista lá fora. A semana tem dados importantes, como o payroll (na sexta-feira), e amanhã, caso haja mesmo a votação da PEC dos Precatórios, será outro fator importante para saber se o mercado poderá andar mais, contando agora também com a recuperação nos preços do petróleo e do minério de ferro", diz Rodrigo Friedrich, head de renda variável da Renova Invest.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou hoje que a PEC dos Precatórios deve ser votada pelo plenário da Casa na quinta-feira, 2. A proposta está pautada para votação amanhã na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

"Aprovando na Comissão de Constituição e Justiça, eu levarei imediatamente na pauta do Senado Federal, acredito que quinta-feira, após as sabatinas que nós temos", disse Pacheco, citando a agenda do Senado para avaliar a indicação do ex-ministro André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF). Pacheco defendeu os pontos centrais apresentados pelo governo na PEC e disse não ver outra solução para abrir espaço ao Auxílio Brasil no próximo ano.

Além disso, nesta semana, "os investidores estão aguardando a reunião da Opep, que vai acontecer na quinta-feira. Lá será decidido sobre o nível de produção para os próximos meses. O minério também está encontrando forças para recuperar, subindo na casa de 7% (nesta segunda na China)", diz Pietra Guerra, especialista em ações da Clear Corretora.

"O mercado amanheceu lá fora já em campo majoritariamente positivo, em recuperação após a liquidação global vista na sexta-feira com os receios sobre nova cepa, mais transmissível, da Covid. Nas próximas semanas, deveremos ter mais informação, e dão um alento as indicações de que Moderna e Pfizer podem adaptar rapidamente as suas vacinas à nova variante", diz Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos.

"Embora a variedade da África do Sul ainda esteja no radar, especialistas acreditam que, mesmo mais contagiosa, os riscos de morte são menores quando comparada com outras (variantes). Além disso, países vêm adotando medidas de restrição de voos, justamente para conter propagação, além de estarem colocando esforços na vacinação da população, restringindo os não vacinados de algumas atividades", observa em nota a Terra Investimentos.

Estadão
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