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Ibovespa fecha praticamente estável com Previdência no radar

29 abr 2019 - 17h06
(atualizado às 18h01)
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O Ibovespa fechou perto da estabilidade nesta segunda-feira, após uma sessão "de lado", reflexo da precaução de agentes financeiros à espera de novidades efetivas na tramitação da reforma da Previdência, com o noticiário corporativo repercutindo nos negócios.

Investidor observa monitores na Bolsa de Valores de São Paulo 
10/08/2011
REUTERS/Paulo Whitaker
Investidor observa monitores na Bolsa de Valores de São Paulo 10/08/2011 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com variação positiva de 0,05 por cento, mas nos ajustes inverteu o sinal da variação e recuou a 96.187,75 pontos. O volume financeiro somava 10,4 bilhões de reais.

"O mercado continua totalmente focado na reforma da Previdência", afirmou o gestor Marco Tulli, da mesa de Bovespa da Coinvalores, citando principalmente os movimentos de articulação do governo e as negociações sobre ajustes no texto. "Mas está farto de simulações e nada de concreto (na articulação)", acrescentou, explicando o movimento de lado do Ibovespa nesta sessão.

Nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro tem feito acenos ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e repetiu o gesto no sábado, mesmo após entrevista polêmica do deputado. No domingo, Bolsonaro e Maia se reuniram para discutir a reforma da Previdência.

A XP Investimentos vê melhora no ambiente e avalia que, se continuar nessa tendência, poderia levar a um processo de aprovação mais rápido da reforma. Mas a corretora ressaltou que a negociação adiante é complexa e que ainda espera volatilidade.

Após instalação da comissão especial da Câmara dos Deputados que analisará o mérito da reforma da Previdência, na última quinta-feira, a expectativa é que os trabalhos no colegiado tenham início de fato apenas a partir da próxima semana.

No exterior, os índices norte-americanos S& p 500 e o Nasdaq subiram e renovaram recordes, com números sobre o gasto do consumidor e inflação respaldando postura acomodatícia do Federal Reserve sobre as taxas de juros do país.

DESTAQUES

- HYPERMARCAS avançou 5,96 por cento, apesar da receita líquida ter despencado 58,7 por cento no primeiro trimestre, para 383,6 milhões de reais. Analistas do Bradesco BBI destacaram que a companhia já havia sinalizado que o desempenho do período seria afetado por mudanças em processos internos do grupo. A companhia também anunciou programa de recompra de até 8 milhões de ações.

- BR DISTRIBUIDORA valorizou-se em 3,94 por cento, também entre as maiores altas. Na sexta-feira, o conselho de administração da Petrobras aprovou novas diretrizes para a gestão do portfólio de ativos da companhia, considerando entre outros a venda de participação adicional na distribuidora. No caso da BR Distribuidora encontra-se estudo realização de oferta secundária de ações (follow-on).

- SABESP valorizou-se 2,5 por cento, após anunciar constituição de grupo de trabalho com o objetivo de avaliar alternativas de reorganização societária da companhia de saneamento básico do Estado de São Paulo. Analistas do Itaú BBA consideraram a notícia sinaliza que uma potencial privatização da companhia está em andamento, mas ponderaram que há ainda um longo caminho para um desfecho nesse sentido.

- BRADESCO PN recuou 1,3 por cento e ITAÚ UNIBANCO PN caiu 0,8 por cento, pesando do lado negativo. BANCO DO BRASIL encerrou de lado, com oscilação positiva de 0,04 por cento, após subir 1,9 por cento no melhor momento. A piora ocorreu após Bolsonaro fazer um apelo público ao presidente do BB para que o banco estatal reduza os juros dos empréstimos cobrados do setor agropecuário. Na mínima, caiu 1,8 por cento.

- CCR recuou 3,7 por cento, entre as maiores quedas do Ibovespa, antes da divulgação do balanço do primeiro trimestre, prevista para após o fechamento do pregão. ECORODOVIAS, que também apresenta seus números após o encerramento dos negócios na bolsa, caiu 2,5 por cento.

- SMILES cedeu 1,36 por cento, após divulgar que o lucro líquido no primeiro trimestre somou 141,9 milhões de reais, queda de 8,5 por cento na comparação com um ano antes e recuo de 13,8 por cento sobre os três últimos meses do ano passado. O conselho de administração da Gol autorizou na sexta-feira sua diretoria a iniciar discussões para reajuste de preços de passagens aéreas e milhas entre a companhia aérea e empresa de fidelidade.

- PETROBRAS PN subiu 0,4 por cento, em meio à repercussão favorável sobre o anúncio de novos desinvestimentos, depois que o conselho da petrolífera aprovou na sexta-feira novas diretrizes para a gestão do portfólio de ativos da companhia, considerando a venda de oito refinarias, de sua rede de postos no Uruguai e de participação adicional na BR Distribuidora.

- VALE encerrou com variação negativa de 0,3 por cento, tendo de pano de fundo a alta dos preços do minério de ferro na China.

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