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Ibovespa fecha em queda com receios sobre fiscal e Selic

20 set 2024 - 17h11
(atualizado às 17h50)
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O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira, marcando uma mínima desde meados de agosto, pressionado pela alta na curva de juros, conforme persistem preocupações com a situação fiscal no país, enquanto agentes seguem avaliando os potenciais efeitos nas ações de potenciais novas altas na Selic.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,55%, a 131.065,44 pontos, acumulando uma perda de 2,83% na semana e de 3,63% no mês. Na mínima do dia, marcou 130.907,42 pontos. Na máxima, 133.128,36 pontos.

A correção ocorre após o Ibovespa acumular ganhos nos três meses anteriores -- +1,48% em junho, +3,02% em julho e +6,54% em agosto.

O volume financeiro nesta sexta-feira somou 33,35 bilhões de reais, em sessão marcada pelo vencimento de contratos de opções sobre ações.

Na visão do analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, os ativos brasileiros ainda mostram temores sobre anúncio fiscal, tendo no radar a entrega do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas pelo governo ao Congresso, prevista para esta sexta-feira.

Investidores têm se mostrado preocupados com manobras do governo para contornar regras fiscais, com especialistas já apontando riscos à credibilidade das contas públicas. Alguns estrategistas, como os do BTG Pactual, já citam que a proposta orçamentária para 2025 parece irrealista.

Em paralelo, Chinchila destacou que as taxas dos DIs já precificam aceleração do ritmo de aperto monetário pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para 0,50 ponto percentual em novembro, "com chance até de dose maior, de 0,75 ponto". Segundo ele, a curva embute taxa final de 12,75% em meados de 2025. 

De acordo com os estrategistas do BTG Pactual, investidores locais estão comprando níveis recordes de proteção devido à preocupação de que o Ibovespa possa corrigir.

DESTAQUES

- VALE ON perdeu 1,51%, em dia de desempenho misto dos futuros do minério de ferro no exterior, com o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian, na China, fechando as operações diurnas em alta de 0,15%, enquanto o vencimento de referência na Bolsa de Cingapura recuou 1,06%. A companhia também anunciou nesta sexta-feira que concluiu a descaracterização do Dique 1B do Sistema Conceição, localizado em Itabira (MG).

- B3 ON recuou 3,33%, também sofrendo com as perspectivas de novo ciclo de alta dos juros no Brasil, que enfraqueceu o setor financeiro como um todo. Entre os bancos do Ibovespa, BTG PACTUAL UNIT cedeu 3,98%, BRADESCO PN caiu 1,86%, SANTANDER BRASIL UNIT terminou em baixa de 2,15%, BANCO DO BRASIL ON perdeu 1,47% e ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 1,2%.

- PETROBRAS PN fechou com variação negativa de 0,03%, em dia de declínio dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent cedeu 0,52%. Também no radar esteve a notícia de que Índia discutiu aumentar as importações de petróleo do Brasil em uma reunião com a presidente da Petrobras, segundo afirmou o ministro do Petróleo daquele país, Hardeep Singh Puri, nesta sexta-feira.

- CSN ON recuou 7,63%, conforme permanece no radar imbróglio jurídico envolvendo tag along na aquisição de participação da Usiminas pela Ternium. Na semana passada, a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) questionando interpretação de regra da Lei das S.A. sobre e obrigatoriedade de realização de oferta pública de aquisição (OPA) por alienação onerosa do controle de uma sociedade anônima aberta. Em junho, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reconheceu o direito da CSN a uma indenização no valor de cerca de 5 bilhões de reais a ser paga pela Ternium com base nesse ponto. USIMINAS PNA caiu 5,62%.

- MAGAZINE LUIZA ON fechou em baixa de 7,26%, com ações de setores cíclicos, sensíveis a juros, sofrendo com a alta nas taxas dos contratos de DI. O índice do setor de consumo cedeu 2,65%. No mesmo contexto, construtoras tiveram perdas relevantes, como EZTEC ON, que perdeu 6,85%. O índice do setor imobiliário recuou 2,97%.

- MULTIPLAN ON caiu 0,75%, sucumbindo ao mau humor generalizado, após subir 3,43% na máxima na esteira de anúncio de que pretende comprar cerca de 90 milhões de ações da empresa detidas pelo grupo canadense Ontario Teacher's Pension Plan. Os papéis estão sendo ofertados à Multiplan com desconto de cerca de 16,2% em relação a cotação média dos últimos 30 pregões e, se confirmada, significará que todos os acionistas terão sua participação aumentada proporcionalmente em 18,46%.

- EMBRAER ON avançou 1,6%, retomando o fôlego após quedas seguidas nos três primeiros pregões da semana, quando acumulou um recuo de 8,63%.

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