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Ibovespa fecha em nível pré-Carnaval com apostas em vacinas; Carrefour Brasil cai 5%

23 nov 2020 - 18h34
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O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira, em níveis pré-Carnaval, apoiado principalmente no avanço das ações da Vale e da Petrobras, enquanto Carrefour Brasil capitaneou as perdas com a repercussão do assassinato de um homem negro em uma loja do grupo.

REUTERS/Paulo Whitaker
REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

Notícias positivas sobre o desenvolvimento de uma vacina contra o coronavírus corroboraram o tom positivo neste começo de semana, com a AstraZeneca anunciando que sua potencial vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford pode ser em torno de 90% eficaz sem efeito colateral grave.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,26%, a 107.378,92 pontos, maior patamar de fechamento desde 21 de fevereiro, antes que fossem decretadas quarentenas no país para conter a pandemia de Covid-19. O volume financeiro somou 28,5 bilhões de reais.

O anúncio da AstraZeneca, com quem o Ministério da Saúde brasileiro tem acordo para adquirir e produzir doses da vacina, vem veio após a Pfizer pedir a reguladores dos Estados Unidos na sexta-feira autorização para uso de emergência de sua vacina, o pode acontecer ainda na primeira quinzena de dezembro.

De acordo com Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos, notícias positivas sobre a eficácia da AstraZeneca têm um efeito adicional porque, do que se sabe, é uma vacina mais barata, com logística mais simples, que pode atender a uma demanda global de forma muito mais rápida.

Ele acrescentou que diante da perspectiva de que "essa vacina de fato é eficaz, vai entrar em produção em massa muito em breve e vai auxiliar e muito a retomada econômica, o mercado começa a antecipar movimentos".

No Brasil, o Instituto Butantan afirmou que dados preliminares da eficácia da CoronaVac, potencial vacina contra Covid-19 da chinesa Sinovac, serão anunciados no início de dezembro e a expectativa é de que a Anvisa dê o registro ao imunizante em janeiro.

Wall Street endossou a alta, com o S&P 500 avançando 0,56%. Além da questão da vacina, dados melhores sobre a atividade empresarial nos EUA e perspectivas de que a ex-chair do Federal Reserve Janet Yellen assumirá o Tesouro norte-americano na gestão de Joe Biden.

Na visão do estrategista Ricardo Peretti, da Santander Corretora, o avanço das vacinas contra o coronavírus voltaram a se sobrepor às medidas de restrição social, garantindo um viés positivo, embora, no Brasil, desdobramentos da política fiscal e do segundo turno das eleições municipais continuem no foco.

DESTAQUES

- VALE ON avançou 4,16%, com o setor de mineração e siderurgia como um todo entre os destaques de alta do Ibovespa, com o noticiário sobre vacinas contra o Covid019 alimentando esperanças de que o mundo caminha para uma resolução estrutural para a pandemia. CSN ON saltou 6,8%.

- PETROBRAS PN valorizou-se 6,13%, beneficiada pela alta do petróleo no exterior, também por expectativas de que os principais produtores da commodity estendam um acordo para reduzir a produção. A companhia ainda anunciou resgate antecipado de cerca de 2 bilhões de dólares em bônus globais.

- ITAÚ UNIBANCO PN fechou em alta de 1,23% e BRADESCO PN avançou 0,45%, com ações de bancos dando continuidade à recuperação em novembro e reforçando a melhora do Ibovespa.

- CARREFOUR BRASIL ON caiu 5,35%, após seis altas seguidas e novos protestos e ataques a lojas da rede desde a sexta-feira, depois que João Alberto Silveira Freitas foi espancado até a morte por seguranças de unidade do grupo em Porto Alegre. GPA ON cedeu 3,97%.

- BRF ON avançou 5,91%, em sessão positiva para o setor de alimentos e proteínas. Analistas do Bradesco BBI relataram que, em evento recente, a BRF destacou que aumentou recentemente a armazenagem de grãos e acredita que pode manter margem bruta de cerca de 25% no Brasil.

- MAGAZINE LUIZA ON recuou 3,22%, conforme segue o ajuste negativo em papéis associados a ecommerce. Desde a máxima intradia recorde em 9 de novembro, a ação do Magalu já perdeu mais de 17%. A exceção no setor nesta sessão foi MERCADO LIVRE, negociado em NY, que subiu 2,45%.

- RUMO ON avançou 3,78%, tendo de pano de fundo que o plantio de soja em Mato Grosso, maior produtor nacional da oleaginosa, atingiu 98,47% da área projetada até esta sexta-feira, mantendo-se à frente da média histórica (95,85%) para o período segundo o Imea.

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