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Ibovespa fecha em alta puxado por bancos e Vale, com disputa presidencial sob holofote

6 set 2018 - 17h49
(atualizado às 18h10)
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A bolsa paulista fechou com o Ibovespa no azul nesta quinta-feira, ajudado pelo avanço de bancos e da Vale, mas o volume financeiro foi novamente baixo e o principal índice de ações da B3 encerrou a semana com queda, em meio ao foco dos investidores no cenário eleitoral no país.

Pessoas passam por gráfico de flutuações do mercado na Bovespa, São Paulo
09/05/2016 
REUTERS/Paulo Whitaker
Pessoas passam por gráfico de flutuações do mercado na Bovespa, São Paulo 09/05/2016 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

O Ibovespa subiu 1,76 por cento, a 76.416,01 pontos. O volume financeiro, contudo, alcançou apenas 8,7 bilhões de reais, abaixo da média diária de 11,4 bilhões de reais no ano e de 10,7 bilhões de reais no mês passado.

Na última hora do pregão, o Ibovespa acelerou os ganhos e tocou máxima de 76.533 pontos, após a notícia de que o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, que vem liderando a preferência dos eleitores, foi alvo de uma facada em Minas Gerais e está sendo submetido a uma cirurgia.

De acordo com quatro profissionais da área de renda variável ouvidos pela Reuters, que pediram para não terem os nomes citados, a ampliação dos ganhos esteve relacionada ao noticiário sobre o candidato do PSL, dada a avaliação de que pode dar tração a ele na disputa presidencial.

"A comoção em torno de um evento desses pode dar fôlego. E no mercado há muitos que avaliam positivamente o fato de Bolsonaro ter como coordenador do programa econômico alguém com perfil liberal como o economista Paulo Guedes", disse uma fonte.

Mais cedo, o foco ficou sob pesquisa Ibope divulgada na véspera e a negativa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin da aceitar recurso da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ele disputar a eleição ao Palácio do Planalto em outubro.

Agentes financeiros não chegaram a um consenso sobre a sinalização dos números mostrados pelo Ibope, que, de modo geral, pouco alteraram o cenário sobre a disputa presidencial.

No exterior, moedas de emergentes experimentaram trégua, e Wall Street fechou sem direção única, em meio à queda de ações de empresas de internet, por apreensão com aumento na regulação, além de receios com o embate comercial envolvendo EUA e China.

Na semana encurtada pelo feriado do dia da Independência na sexta-feira, o Ibovespa acumulou queda de 0,34 por cento.

Além da questão eleitoral, o gestor Igor Lima, sócio da Galt Capital, destacou a maior aversão a risco a emergentes no começo de setembro, com a África do Sul também entrando no radar, após Argentina e Turquia estressarem os mercados. "O temor é quem pode ser o próximo", afirmou.

DESTAQUES

- VALE encerrou com elevação de 2,55 por cento, principal contribuição positiva para o Ibovespa, na esteira do avanço dos preços do minério de ferro na China.

- ITAÚ UNIBANCO PN subiu 2,53 por cento, ampliando ganhos no fim de uma sessão volátil do setor de bancos no Ibovespa. BRADESCO PN avançou 2,86 por cento, SANTANDER BRASIL UNIT subiu 2,57 por cento e BANCO DO BRASIL teve variação positiva de 2,23 por cento.

- PETROBRAS PN fechou em alta de 1,82 por cento, reagindo às expectativas políticas, após fraqueza com o declínio do petróleo e notícia de que a petroleira de controle estatal aprovou mecanismo de hedge complementar para dar flexibilidade à gestão da política de preços da gasolina. Para o analista Gabriel Fonseca Francisco, da XP Investimentos, trata-se de um retrocesso na política de preços.

- ECORODOVIAS ganhou 8,36 por cento, beneficiada por relatório do Morgan Stanley em que o analista Josh Milberg elevou a recomendação dos papéis para 'ovwerweight', citando que a relação risco versus retorno agora pende para o lado positivo e que se trata de uma "oportunidade dentro da tempestade".

- TELEFÔNICA BRASIL PN avançou 4,01 por cento, após anunciar na véspera que seu conselho de administração aprovou pagar 2,8 bilhões de reais em juros sobre capital próprio até o fim de 2019.

- VIA VAREJO UNIT recuou 4,16 por cento, a 14,04 reais, mínima de fechamento desde julho de 2017, completando seis pregões de perdas, período em que caiu mais de 20 por cento. Em relatório recente, a Brasil Plural avaliou que a administração da dona das marcas Casas Bahia e Pontofrio está progredindo em sua estratégia de transformação digital, mas ressaltam que a visibilidade de curto prazo para a companhia continua limitada.

- CIELO caiu 4,01 por cento, após o Banco Central colocar em consulta pública na véspera proposta de regulamentar o registro de recebíveis de cartões de pagamento. Analistas do Credit Suisse avaliam que impacto deve ser maior para a Cielo, dada sua exposição a pequenas e médias empresas e fatia da receita de pré-pagamento no lucro de 2018.

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