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Ibovespa fecha em alta de 0,4% com trégua externa; JBS salta 8%

14 mai 2019 - 17h09
(atualizado às 17h36)
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O Ibovespa fechou no azul nesta terça-feira, ajudado pela relativa pausa na troca de farpas entre Washington e Pequim e tendo de pano de fundo a reta final da temporada de balanços no Brasil, com JBS avançando 8% após mais do que dobrar o lucro nos primeiros três meses do ano.

Mulher confere cotações de ações no painel da B3. 3/4/2019. REUTERS/Amanda Perobelli
Mulher confere cotações de ações no painel da B3. 3/4/2019. REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

Índice de referência da bolsa brasileira, o Ibovespa subiu 0,4%, a 92.092,44 pontos, experimentando uma trégua após três quedas seguidas, período em que acumulou declínio de 4%. O giro financeiro na sessão somou 12,8 bilhões de reais.

No exterior, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manteve nesta segunda-feira sua retórica pró-tarifas, mas prometeu um acordo com o presidente chinês, Xi Jinping. "Vai acontecer e muito mais rápido do que as pessoas imaginam."

Em outro momento, Trump disse que as negociações comerciais com a China não colapsaram, chamando a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo de pequeno atrito.

Pequim, por sua vez, disse que a China e os EUA concordaram em seguir conversando. Washington, contudo, prepara tarifas de 25% sobre todas as importações chinesas restantes sem novas negociações agendadas.

Em Wall Street, os pregões fecharam em alta ao redor de 1% após forte declínio na véspera, quando o S&P 500 teve a sua maior queda percentual desde o começo do ano.

"O mercado externo se recuperou bem após os comentários de Trump...embora ele possa mudar de ideia a qualquer momento", destacou um gestor de portfólio da asset de um banco estrangeiro em São Paulo, sugerindo que o clima permanece de incertezas quanto o andamento das negociações entre os dois países.

No Brasil, a cena política trouxe desconforto, com agentes de mercado destacando a quebra de sigilo bancário do filho do presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), e a delação premiada envolvendo o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) em "benefícios financeiros".

"Os ruídos políticos têm aumentado a cada dia", citou a equipe da corretora Rico em nota a clientes.

Ao mesmo tempo, o Banco Central apontou na ata da última reunião do Copom uma "probabilidade relevante" de que a economia brasileira tenha recuado ligeiramente no primeiro trimestre deste ano sobre os três meses anteriores, mas não sinalizou um eventual corte na taxa básica de juros.

DESTAQUES

- JBS avançou 8,36%, após balanço do primeiro trimestre, com lucro líquido de cerca de 1,1 bilhão de reais, mais que o dobro de um ano antes, com forte desempenho de unidade de suínos nos EUA. A maior processadora de carne bovina do mundo também disse que está pronta para colher os benefícios da demanda adicional decorrente do surto de febre suína africana na China. No setor, BRF subiu 4,27 por cento.

- ELETROBRAS ON valorizou-se 6,84%, após reportar lucro líquido de 1,347 bilhão de reais no primeiro trimestre, alta de 178% na comparação anual, influenciado por menores perdas na área de distribuição e maiores receitas de geração. O presidente da companhia, Wilson Ferreira Jr., disse que a estatal pretende promover novas vendas de ativos de geração e transmissão no segundo semestre.

- AZUL PN recuou 3,96%, entre as maiores quedas do Ibovespa. Na véspera, a companhia aérea fez nova tentativa de comprar algumas das rotas mais cobiçadas da Avianca Brasil, oferecendo 145 milhões de dólares.

- GOL PN caiu 2,78%, após acordo de delação premiada do empresário Henrique Constantino, um dos sócios da empresa aérea, no qual cita o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), como envolvido em benefícios financeiros. Constantino acusou também políticos do MDB. Na delação, disse que houve pagamentos de propina em troca da liberação de financiamentos da Caixa Econômica Federal para suas empresas.

- GPA PN subiu 3,1%, tendo no radar notícia do jornal Valor Econômico de que a empresário Michael Klein se aliou à XP para fazer uma proposta de aquisição das ações da Via Varejo detidas pelo GPA. VIA VAREJO caiu 3,8%. O BTG Pactual reafirmou recomendação de 'compra' para o GPA, com preço-alvo de 106 reais.

- COSAN cedeu 0,65%, mesmo após divulgar lucro líquido de 395,7 milhões de reais no primeiro trimestre, alta de 14,5% na comparação anual.

- VALE subiu 0,34%, em sessão positiva para mineradoras no exterior. A empresa considera aumentar a capacidade de produção do complexo Carajás Serra Sul para 150 milhões de toneladas por ano após 2020. O Credit Suisse elevou preço-alvo do ADR da Vale de 16,50 para 18 dólares.

- CSN valorizou-se 4,52%, tendo de pano de fundo decisão de analistas do Credit Suisse de elevar preço-alvo das ações para 16 reais ante 15 reais, embora a recomendação 'neutra' tenha sido mantida.

- PETROBRAS PN subiu 0,39%, em dia de avanço do petróleo no mercado internacional. A companhia anunciou na véspera que iniciou a divulgação de oportunidade para venda integral de sua fatia de 93,7% na empresa Breitener Energética, que tem duas termelétricas em Manaus.

- BRADESCO PN cedeu 0,3% e ITAÚ UNIBANCO PN caiu 0,47%, em sessão negativa para ações de bancos. BANCO DO BRASIL perdeu 0,97%.

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