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Ibovespa caminha para fechar outubro no negativo em meio a avanço do Covid-19

30 out 2020 - 16h21
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Preocupações com o crescimento dos casos de Covid-19 na Europa e nos Estados Unidos fizeram o Ibovespa abandonar a recuperação verificada nas primeiras semanas de outubro e caminhar para um fechamento negativo no mês, em meio a temores de que novos "lockdowns" afetem a retomada da economia global.

REUTERS/Rahel Patrasso
REUTERS/Rahel Patrasso
Foto: Reuters

A cautela antes da eleição presidencial norte-americana corroborou o viés mais defensivo. Apesar de pesquisas apontarem Joe Biden como favorito, a reeleição de Donald Trump não é descartada, assim como agentes financeiros temem um desfecho judicial no caso de um resultado muito apertado.

No pano de fundo, estão expectativas sobre mais estímulos fiscais para a maior economia do mundo, que ainda não vieram, na visão de muitos no mercado, em razão da disputa.

Em meio a esse cenário, agentes financeiros no mercado brasileiro repercutiram uma bateria de resultados corporativos do segundo trimestre, com muitos ainda refletindo os efeitos da crise desencadeada pelo Covid-19, mas com a pior fase, aparentemente, tendo ficado para trás.

O comportamento dos preços no país também voltou ao radar. O Banco Central reconheceu uma pressão inflacionária mais forte no curto prazo, mas manteve sua mensagem de orientação futura (forward guidance) e a porta aberta para eventual corte nos juros à frente, enquanto manteve a Selic a 2%.

Após setembro fechar com o maior volume mensal de IPOs no mercado brasileiro desde 2010, outubro mostrou algumas desistências, em meio ao ambiente mais conturbado nos mercados. Ainda assim, mais 15 companhias pediram registro neste mês para abrir capital, totalizando 44 empresas na fila.

Nesta sexta-feira, por volta de 16h, o Ibovespa registrava queda de 3%, a 93.631,49 pontos, acumulando queda de 7% na semana, o que levava a uma performance negativa de 1% no mês. No ano, o declínio está ao redor de 19%.

O índice Small Caps recuava também 3%, a 2.240,88 pontos, com perda de 8,8% na semana e de 2,7% mês. No acumulado de 2020, tem queda de 21%.

O volume negociado no pregão nesta sexta-feira somava 22,6 bilhões de reais.

DESTAQUES DO IBOVESPA DO ACUMULADO DO MÊS:

- CSN ON valoriza-se quase 24%, embalada pelas perspectivas relacionadas ao IPO de sua unidade de mineração, embora a companhia ainda não tenha decidido se irá participar da oferta de ações, além de forte resultado do terceiro trimestre e o horizonte de novos aumentos de preços de aço consolidam o bom momento da empresa.

- WEG ON contabiliza elevação de cerca de 16%, ampliando ainda mais a liderança de ganhos no Ibovespa em 2020, com o resultado do terceiro trimestre referendando a visão de que o grupo tem conseguido atravessar a crise desencadeada pelo coronavírus sem maiores estragos, enquanto também trabalha com cenário de retomada nas áreas mais afetadas.

- SANTANDER BRASIL UNIT sobe quase 14%, em mês com recuperação de bancos, apesar de alguma correção nos últimos pregões. O Santander Brasil superou as estimativas para o lucro líquido do terceiro trimestre, ajudado por ganhos de tesouraria e perdas com empréstimos menores do que o esperado, enquanto o retorno sobre o patrimônio líquido foi de 21,2%.

- CVC BRASIL ON contabiliza uma perda ao redor de 24%, conforme novas medidas de confinamento começaram a ser tomadas no exterior com o avanço de casos de coronavírus, pesando ainda mais sobre um setor já bastante prejudicado pela pandemia.

- LOJAS AMERICANAS PN recuava quase 20%, dando continuidade à trajetória negativa desde o final de julho, após oferta de ações no valor de 10 bilhões de reais. A sua controlada B2W também foi destaque negativo, com queda de 17%, em meio a movimentos de realização de lucros, mesmo com a redução do prejuízo no terceiro trimestre.

- IRB BRASIL RE ON apurava perda de quase 19%, sem conseguir sair da ponta negativa do Ibovespa também no ano. A resseguradora busca recuperar a credibilidade após uma série de adversidades neste ano, incluindo fraude contábil. Dados mensais ainda têm mostrado prejuízo, embora quando excluídos negócios descontinuados já esteja no azul.

Veja o comportamento dos principais índices setoriais na B3 no acumulado do mês:

- Índice financeiro: -0,8%

- Índice de consumo: -3%

- Índice de Energia Elétrica: +1,3%

- Índice de materiais básicos: -6,25%

- Índice do setor industrial: +1,6%

- Índice imobiliário: -2,9%

- Índice de utilidade pública: -0,4%

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