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Ibovespa abre sem entusiasmo e recua em meio a dúvidas sobre Previdência

5 fev 2019 - 11h16
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A bolsa brasileira abriu nesta terça-feira, 5, em baixa e a expectativa é que tenha um desempenho mais minguado do que o da segunda-feira, 4, quando subiu 0,74%, fechando em recorde, aos 98.588,63 pontos, enquanto os investidores aguardam mais informações a respeito do plano para a reforma da Previdência. Contudo, operadores e economistas ouvidos acreditam que o tom ainda deve ser de otimismo, já que a expectativa é de que a reforma, mesmo que não avance como mostrou a minuta da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), antecipada na segunda-feira pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), seja implementada ainda este ano.

O Ibovespa iniciou o dia em queda, chegou a perder a marca dos 97 mil pontos, mas, às 10h50, estava aos 98.090,92 pontos, com recuo de 0,50%.

"Lá fora, está tranquilo, mas sem entusiasmo. Aqui, a sucessão de recordes parece que será mais limitada", estima Silvio Campos Neto, economista e sócio da Tendências Consultoria Integrada. No exterior, o sinal é de alta moderada , tanto na Europa quanto dos índices futuros de Nova York.

A explicação para essa expectativa, diz Campos Neto, é que os investidores devem esperar pela proposta definitiva da reforma da Previdência para apostar com mais afinco na Bolsa. "A minuta é ambiciosa, dura, talvez o melhor que se possa esperar. Certamente passará por algumas mudanças. É normal", afirma.

Mais cedo, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou, em entrevista à rádio CBN, que o texto final da reforma previdenciária será "muito diferente" da proposta apresentada pela equipe econômica. Conforme ele, o impacto fiscal da proposta que será apresentada será próximo de R$ 1 trilhão em 10 anos.

"Tem de aguardar para saber como será essa negociação. Alguns pontos não são aceitáveis até mesmo pelo próprio governo", completa Campos Neto.

Na segunda-feira mesmo, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse que o presidente Jair Bolsonaro é contra a ideia da equipe econômica de igualar a idade mínima para aposentadoria entre homens e mulheres.

"Tem de esperar o projeto final. Ninguém deve sair comprando Bolsa sem antes saber como será a proposta original", reforça um operador.

Apesar disso, o profissional também avalia que não há motivo para pessimismo com o Ibovespa. Conforme ele, a realização de lucros não indica uma insatisfação do investidor com o mercado de ações local.

Por aqui, em meio à agenda esvaziada de dados macroeconômicos, o investidor acompanha a agenda de balanços. Itaú Unibanco, Bradesco e Santander, juntos, tiveram lucro líquido recorrente de R$ 15,713 bilhões no quarto trimestre de 2018, o que representa 13% acima do visto 12 meses antes, de R$ 13,894 bilhões.

Estadão
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