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Ibovespa abre em leve alta, mas preocupação externa pode contaminar negócios

10 dez 2018 - 10h50
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As preocupações com a economia mundial, em especial os Estados Unidos, devem continuar norteando os negócios na bolsa brasileira na manhã desta segunda-feira, 10. Somado a esse temor, o entrave comercial entre o governo de Donald Trump e o da China e impasse do Brexit, que ganhou novo capítulo esta manhã, devem adicionar cautela aos negócios. No Brasil, denúncias envolvendo o novo governo e a manifestação de caminhoneiros em alguns pontos do País devem ser acompanhadas, contendo uma melhora.

O principal índice da Bolsa iniciou o pregão com leve alta. Lá fora, prevalece o sinal negativo na maioria das bolsas europeias e nos índices futuros de Nova York. Às 10h11, o Ibovespa subia 0,22%, aos 88.308 pontos.

Esse ambiente cauteloso ainda afeta o mercado de câmbio doméstico, com o dólar subindo em relação ao real, pouco acima de R$ 3,90. Da mesma forma, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2021, o mais líquido, abriu em 7,85%, de 7,82% no ajuste de sexta-feira, 7.

"Sinceramente, não vejo nada que possa reverter este cenário desfavorável. O Brexit segue sem grandes perspectivas, assim como a relação China e EUA continua. Além disso, tem a expectativa de crescimento mundial menor", avalia o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira.

Pouco antes do fechamento deste texto, saiu a confirmação de que a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, convocou uma reunião de emergência do gabinete, um dia antes da votação do acordo de Brexit no Parlamento britânico. Segundo porta-voz de May, a votação parlamentar está mantida.

Próximo ao fim do ano, cita em nota o Bradesco, os investidores já avaliam o desempenho potencial das economias para 2019. "A expectativa é de uma desaceleração global que, em meio às tensões comerciais entre China e EUA, provocam um olhar de maior cautela."

No Brasil, além do exterior negativo, "as denúncias relacionadas às movimentações financeiras de ex-assessor de Flávio Bolsonaro ajudam a manter um clima de desconforto. Assim, os ativos domésticos devem permanecer voláteis e sem espaço para melhora", resume em relatório o economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria Integrada.

Já Vieira avalia que nem o noticiário envolvendo a família Bolsonaro nem a paralisação do setor de Transportes em algumas partes do País tendem a afetar com força os negócios na Bolsa. "O investidor estrangeiro só deve voltar com força no início do novo governo, quando tiver um cenário claro sobre as reformas, se elas vão se concretizar", diz.

Por aqui, atenção recai sobre informações a respeito de movimentações financeiras atípicas apontadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e que envolvem a família de Bolsonaro.

Estadão
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