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IBGE aumenta projeção da safra agrícola, com colheita maior de milho, algodão e feijão

Clima seco e quente prejudicou a lavoura de soja, que deve ter produção menor, mesmo com mais área plantada

11 abr 2019 - 13h46
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RIO - A safra agrícola de 2019 deve totalizar 230,1 milhões de toneladas, com alta de 1,6% em relação ao resultado de 2018, o equivalente a 3,6 milhões de toneladas a mais, de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de março, divulgado nesta quinta-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As estimativas maiores de produções de milho de segunda safra, algodão e feijão puxaram esse resultado.

Em relação ao levantamento de fevereiro, houve elevação de 0,6% na estimativa para a produção deste ano. A área plantada também deve ter aumento em relação à de 2018, de 2,3%, chegando a 62,3 milhões de hectares. A área a ser colhida de soja em 2019 será 2,0% maior que a de 2018, enquanto a de milho deve crescer 4,8%. Por outro lado, a área de arroz encolherá 10,0%.

A estimativa para a produção de soja encolheu 0,8% de fevereiro para março, em virtude de perdas com o clima seco e quente em importantes Estados produtores, segundo o IBGE.

"A soja aumentou a área, mas a produção está menor que no ano passado. O mercado esperava que a gente tivesse uma safra muito maior de soja do que estamos colhendo. A previsão em novembro era de uma safra de soja de cerca de 117 milhões de toneladas, agora está em 112,5 milhões", disse Carlos Alfredo Guedes, gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE.

As lavouras foram prejudicadas pelo clima nas áreas produtoras do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Em março, a estimativa da produção de São Paulo foi reduzida em 6,4% em relação ao esperado em fevereiro, devendo alcançar 3,2 milhões de toneladas. Mato Grosso do Sul informou uma produção 7,6% menor. Quanto ao Paraná, a produção foi reduzida em 1,3%, por causa do veranico e das altas temperaturas em novembro e dezembro.

Em relação à divulgação anterior, os destaques positivos foram algodão herbáceo (12,2%), feijão 1ª safra (8,7%), feijão 2ª safra (7,2%), milho 2ª safra (3,4%), cana-de-açúcar (1,8%), mandioca (1,6%) e café arábica (1,3%).

A expectativa para o café canephora (conilon) permaneceu estatisticamente estável (0,0%). Em contrapartida, houve reduções nas previsões para a soja (-0,8%), milho 1ª safra (-1,7%), tomate (-4,6%), sorgo (-7,9%) e feijão 3ª safra (-13,3%%).

Colheita recorde de algodão

O País deve ter uma produção recorde de 6,249 milhões de toneladas de algodão herbáceo em 2019. Na comparação com a safra de 2018, o aumento chega a 26,7%.

Segundo o IBGE, os preços compensadores e as condições climáticas favoráveis estimularam o aumento dos investimentos nas lavouras de algodão. "A área plantada vem aumentando desde o ano passado. Os preços estão elevados no mercado internacional, então é o segundo ano que a gente vem aumentando a produção de algodão. Este ano, com o favorecimento das condições climáticas, a gente tem aí esse recorde de produção", justificou Guedes.

Houve redução de oferta de algodão em 2018 nos principais países produtores, ao mesmo tempo em que é esperado um aumento no consumo, uma vez que os estoques chineses de pluma estão reduzidos, ressaltou o IBGE.

Em março, a Bahia informou um crescimento de 8,6% na produção em relação ao previsto em fevereiro. A safra estimada do Estado alcançou 1,4 milhão toneladas, correspondendo a 21,9% do total a ser colhido pelo País este ano.

"Ano passado a produção foi muito boa, o produtor ganhou dinheiro. E os preços se mantiveram atraentes. Então os produtores investiram mais. O aumento de produção ainda está sendo sustentado por aumento de área plantada", explicou Carlos Barradas, gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE.

Mato Grosso espera uma produção de 4,2 milhões de toneladas de algodão, aumento de 12,8% em relação à estimativa do mês anterior. O Estado deve produzir 67,6% de todo algodão a ser colhido pelo País em 2019.

Em relação a 2018, houve melhora nas expectativas de safra do Maranhão (25,2%) e no Piauí (143,7%).

Estadão
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