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Guerra comercial pesa nas bolsas de NY, mas techs impulsionam Nasdaq

24 set 2018 - 19h29
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As bolsas de Nova York fecharam sem direção única nesta segunda-feira, 24, quando entrou em vigor a nova rodada de tarifas entre Estados Unidos e China. Enquanto o cenário comercial pesou sobre o Dow Jones e o S&P 500, empresas de tecnologia se beneficiaram de notícias corporativas enquanto monitoraram a criação do setor de comunicações do S&P 500, que abrange grande parte das giant techs.

O Dow Jones registrou queda de 0,68%, aos 26.562,05, enquanto o S&P 500 cedeu 0,35%, aos 2.919,37 pontos. Já o Nasdaq avançou 0,08%, aos 7.993,25 pontos.

Ainda que o anúncio de novas tarifas de Washington sobre produtos chineses, que levou Pequim a retaliar, tenha sido avaliado por diversos analistas como menos acentuado do que as ameaças feitas, o bom humor dos mercados na última semana foi deixado de lado hoje, dia em que as medidas entraram em vigor, principalmente após relatos, ainda não confirmados, de que autoridades chinesas cancelaram viagens que fariam a Washington no fim desta semana para retomar as negociações comerciais entre os dois países. O setor industrial apresentou perdas, com a Boeing caindo 1,14%, a 3M perdendo 1,30% e a Caterpillar com recuo de 1,52%.

Os índices nova-iorquinos aprofundaram perdas no início da tarde em meio a informações que circularam na imprensa americana de que o vice-procurador-geral dos EUA, Rod Rosenstein, seria demitido pelo presidente americano, Donald Trump. A informação cria uma situação incerta no topo do Departamento de Justiça (DoJ) do país e na investigação do conselheiro especial Robert Mueller sobre a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016, já que Rosenstein supervisiona a apuração. Sem dar detalhes sobre o tema, Trump afirmou que se encontrou com Rosenstein e que se reunirá novamente com ele na quinta-feira.

Mesmo diante desse cenário de incertezas, o Nasdaq encerrou as negociações do dia em alta, impulsionado pelas ações de tecnologia, muitas das quais agora integram um novo setor no S&P 500. O novo subíndice do indicador, o de comunicação, criado na última sexta-feira, agora reúne ações do antigo subíndice de telecomunicação e de algumas giant techs. Nesta segunda-feira, ele fechou em alta de 0,21%, aos 159,19 pontos. Entre as principais empresas que participam do novo setor estão a AT&T (+0,38%), Verizon (-1,62%), Facebook (1,52%) e Alphabet (+0,62%), a controladora do Google, que anunciou hoje o lançamento de novos recursos de pesquisa, incluindo resultados inteligentes de vídeo.

As ações da Apple também avançaram (+1,44%) diante do anúncio de que a companhia concluiu a aquisição do aplicativo Shazam. O analista Ming-Chi Kuo também afirma que o modelo de iPhone XS Max anunciado recentemente pela gigante americana está vendendo entre três e quatro vezes mais do que o modelo XS, mais barato. Ele também elevou suas estimativas de envios do produto de 5% para 10% no segundo semestre deste ano e está confiante de que as vendas continuarão crescendo.

A forte alta do petróleo depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e um grupo de outros dez produtores resolveram no fim de semana não aumentar a produção da commodity impulsionou o subíndice de energia do S&P 500 (+1,47%), para 564,51, enquanto os papéis da Exxon Mobil subiram 1,68% e os da Chevron registraram alta de 1,23%.

Estadão
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