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Guedes cobra mais agressividade do Itamaraty em negociações

Ministro da Economia admite que gostaria de ver menos restrições e impostos menores entre os países do Mercosul

26 out 2021 - 18h05
(atualizado às 18h12)
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Em meio às conversas para mudar regras do Mercosul, o ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu que o Itamaraty seja mais agressivo nas negociações comerciais. Em cerimônia no Itamaraty, Guedes disse nesta terça-feira, 26, que está acostumado a fazer o "papel de chato" nessas conversas.

"Parabenizo [o chanceler Carlos] França por avançar na agenda de tornar o Itamaraty mais agressivo. Ele é o good guy, eu sou o bad guy", afirmou. "Acho que Itamaraty devia ter muito mais agressividade. Nos Estados Unidos, os embaixadores são quase homens de negócio".

No evento, Guedes cobrou ainda que os ministérios da Economia e das Relações Exteriores têm de se aproximar mais. O ministro não esconde o descontentamento com a velocidade em que as negociações do Mercosul avançam. Guedes gostaria de reduzir a Tarifa Externa Comum do Mercosul ainda neste ano, que é o período do Brasil na presidência rotativa, mas, como mostrou o Estadão/Broadcast, vem encontrando dificuldades.

Ministro da Economia, Paulo Guedes, participa de entrevista coletiva em Brasília
22/10/2021
REUTERS/Ueslei Marcelino
Ministro da Economia, Paulo Guedes, participa de entrevista coletiva em Brasília 22/10/2021 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Nesta terça-feira, Guedes disse que, agora, as restrições estão vindo do Uruguai, parceiro de primeira hora na agenda liberal do ministro. Depois de ter conseguido dos argentinos a concordância com a redução da tarifa de parte dos produtos em 10% - abaixo do que queria - agora, segundo Guedes, os uruguaios dizem que só apoiam a proposta se o Mercosul apoiar as negociações bilaterais, ou seja, com países de fora do bloco. Pelas regras atuais, negociações envolvendo tarifa só podem ser feitas com terceiros em conjunto pelos quatro países do bloco.

"O Brasil é uma das economias mais fechadas do mundo, estamos para trás. Estamos tentando recuperar o tempo perdido com acordos comerciais", afirmou.

O ministro disse ainda que precisará do apoio do Congresso na agenda de modernização do Mercosul. "[Os argentinos] queriam usar nosso Congresso contra nós mesmos", disse.

Estadão
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