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Grupo Boticário cria comitê público-privado de ESG com governo do Paraná

Grupo terá a participação de secretários do governo estadual e de presidentes e diretores de empresas como Klabin, JBS, Renault e Volkswagen

25 out 2021 - 13h21
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Em parceria com o governo do estado do Paraná, o Grupo Boticário, uma das principais empresas do ramo de cosméticos do Brasil, criou um comitê público-privado para discutir e estabelecer metas e objetivos da causa ESG (sigla em inglês para as atuações nas áreas ambiental, social e de governança) na região. O grupo, que foi anunciado nesta segunda-feira, 25, ainda conta com a participação de empresas como Klabin, JBS, Sanepar, Renault, Copel, Volkswagen e Itaipu.

Até o fim do ano, como contaram o governador Ratinho Jr. e o vice-presidente do conselho do Boticário, Artur Grynbaum, ao Estadão, esse grupo se reunirá periodicamente para definir quais serão os dez objetivos a serem perseguidos pelos próximos seis anos. Depois disso, o grupo continuará com os encontros a fim de acompanhar os resultados.

Comitê público-privado irá discutir e estabelecer metas e objetivos da agenda ESG. 
Comitê público-privado irá discutir e estabelecer metas e objetivos da agenda ESG.
Foto: André Frasson/Divulgação / Estadão

A ideia principal é colocar os grandes executivos das empresas, especialmente os presidentes, para ser padrinhos dos projetos definidos juntamente com secretários e lideranças do alto escalão do governo paranaense. Até agora, as secretarias da Casa Civil, da Fazenda, do Meio Ambiente, além da Assembleia Legislativa do Paraná estão entre os confirmados.

"Quando você traz os presidentes das empresas e os secretários para o projeto isso influencia todas as pessoas que estão abaixo deles. Ajuda a demonstrar o tamanho da meta a ser cumprida nos próximos anos", afirma Ratinho Jr.

Capacitação de grupos minoritários

Entre os principais temas a serem trabalhados estão a capacitação de grupos minoritários para recoloca-los no mercado de trabalho, redução de resíduos sólidos, neutralização de emissões de carbono e o desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade para os municípios paranaenses.

As discussões para o projeto foram iniciadas há dois meses nos preparativos para a participação do governo do Paraná no pavilhão do Brasil na Expo Dubai. E, segundo Grynbaum, a ideia é começar esse projeto no Paraná, mas expandir esse tipo de comitê para outros estados do Brasil.

"Mas eu gostaria de deixar claro que não se trata de uma agenda setorial, e nem queremos promover uma competição entre empresas ou entre municípios. A ideia é promover o avanço desses temas em todo o estado", diz o executivo do Boticário.

Projeto de Estado

Ratinho Jr. está a um ano e dois meses do fim do seu mandato e ele pretende disputar a reeleição em 2022. Porém, para garantir que o projeto não morrerá caso ele seja derrotado nas urnas, o governador afirmou que o projeto será vinculado à Invest Paraná, que é a agência de promoção e prospecção de novos negócios do governo estadual.

"A Invest Paraná já é um órgão de governo e faz essa ligação com a iniciativa privada, independentemente do govenador. Com isso, a agência vai continuar tocando o projeto com outras secretarias e com o setor privado. Essa foi a saída que encontramos para tirar a preocupação eleitoral do processo", diz o governador.

Outro ponto que será discutido nos grupos é uma questão de trazer benefícios futuros para as empresas que aderirem aos objetivos e cumprirem as metas ESG. De acordo com Grynbaum, o comitê não surge com um caráter punitivista.

"Já existe a legislação para punir as empresas. Aqui, olhamos com outros olhos e as empresas poderão ser beneficiadas. Por que a empresa que faz uma boa gestão dessas práticas pode ter um 'fast track' sem prejuízo para o estado?", diz o executivo. "Antigamente, se tivéssemos esse tipo de conversa com secretários, talvez eles falariam que tinha outras prioridades. Mas o ESG traz acesso a uma série de linhas de crédito mais baratas para quem realiza essas práticas."

Estadão
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