PUBLICIDADE

Governo diz que já conversa em Washington para 'defender interesse comercial brasileiro'

A declaração sobre a ameaça de os EUA taxarem o aço brasileiro vem depois de o presidente Jair Bolsonaro afirmar que, 'se for o caso', vai conversar com o presidente dos Estados Unidos

2 dez 2019 - 16h23
(atualizado em 3/12/2019 às 07h08)
Compartilhar
Exibir comentários

BRASÍLIA - O governo brasileiro divulgou nota em que diz que está "em contato com interlocutores em Washington" após ter tomado conhecimento da declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre intenção de sobretaxar o aço e o alumínio do Brasil.

"O governo trabalhará para defender o interesse comercial brasileiro e assegurar a fluidez do comércio com os EUA, com vistas a ampliar o intercâmbio comercial e aprofundar o relacionamento bilateral, em benefício de ambos os países", afirma a nota, assinada pelos ministérios das Relações Exteriores, Economia e Agricultura.

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que, "se for o caso", vai conversar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a respeito da restauração de tarifas sobre a importação, pelos EUA, de aço e alumínio de Brasil e Argentina. Para ele, a medida anunciada pelo presidente norte-americano não é "retaliação".

Nesta segunda, Trump afirmou, em uma rede social, que a desvalorização das moedas de Brasil e Argentina prejudicam agricultores norte-americanos. Por isso, vai restaurar as tarifas de importação sobre o aço e o alumínio dos dois países.

"Brasil e Argentina têm presidido uma desvalorização maciça de suas moedas. O que não é bom para nossos agricultores", escreveu Donald Trump. "Portanto, com efeito imediato, restaurarei as tarifas de todo o aço e alumínio enviados para os EUA a partir desses países".

De acordo com o presidente dos EUA, "o Federal Reserve [banco central dos EUA] deveria agir da mesma forma, para que países, que são muitos, não se aproveitem mais do nosso dólar forte, desvalorizando ainda mais suas moedas". Segundo ele, "isso torna muito difícil para nossos fabricantes e agricultores exportarem seus produtos de maneira justa".

Indagado se é possível reverter o anúncio de Trump, Bolsonaro insistiu que falará primeiro com Guedes. "Converso com o Paulo Guedes e depois dou uma resposta, para não ter que recuar", afirmou.

Em seguida, durante entrevista à rádio Itatiaia, de Minas Gerais, no Palácio do Planalto, Bolsonaro afirmou primeiro que o anúncio de Trump é "munição para pessoal opositor meu aqui no Brasil" e em seguida que que não entende a medida como "retaliação".

"Primeiro é munição para pessoal opositor meu aqui no Brasil, né? Vou conversar com o Paulo Guedes hoje ainda. Se for o caso, vou ligar para o presidente Donald Trump. A economia deles não se compara com a nossa, é dezena de vezes maior do que a nossa. Não vejo isso como retaliação. Vou conversar com ele para ver se não nos penaliza com a sobretaxa no preço do alumínio", declarou.

O presidente disse esperar que Trump não "penalize" o Brasil. "A alegação dele, no Twitter dele, é a questão das commodities. A nossa economia basicamente vem dos commodities. É o que nós temos e espero que tenha o entendimento dele que não nos penalize no tocante a isso. E tenho certeza, tenho quase certeza que ele vai nos atender", afirmou.

Estadão
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade