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Governo deve ter espaço para votar Previdência depois que Câmara encerrar reforma política, diz Padilha

6 set 2017 - 13h32
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O governo espera ter uma janela para votar a reforma da Previdência na Câmara assim que os deputados terminarem a votação dos pontos da reforma política, afirmou nesta quarta-feira o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, que ainda defendeu a aprovação do texto este ano.

Questionado se haveria tempo de votar a Previdência com os esforços da Câmara todos concentrados na reforma política, Padilha disse que esta última está andando.

"Tivemos votações importantes essa semana e devemos ter semana que vem novas votações importantes que encerrarão o debate da reforma política na Câmara. Esse assunto vai voltar ao Senado e aí se abrirá o momento para que nós possamos debater a reforma da Previdência. Porque ela deve ser votada este ano sim. Tem que ser votada em 2017", defendeu o ministro, lembrando a previsão de déficit de 285 bilhões de reais no setor em 2018.

O governo adiou por diversas vezes o cronograma da reforma da Previdência. Inicialmente, por dificuldade de fechar um texto que fosse palatável aos deputados. Depois de um acordo que incluiu várias mudanças no texto original, a proposta foi aprovada na Comissão Especial da Câmara.

No entanto, enquanto o Palácio do Planalto ainda tentava arrebanhar votos para colocar o texto em votação no Plenário, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou a denúncia contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva. Desde a metade de maio, a reforma foi deixada de lado e o governo perdeu votos considerados certos pela reforma.

Dos calculados 280 à época --são necessários 308 no mínimo para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição--, deputados da base calculam que o governo tenha perdido cerca de 50.

Padilha afirma que o governo irá retomar as negociações com a base, mas que ainda não está fazendo contagem de votos.

"Nós vamos começar a contar votos quando estivermos mais próximo da votação. Agora temos que voltar ao debate, esclarecer todos os pontos que por ventura sejam omissos. Vamos esclarecer para que cada deputado e senador possa responder às preocupações da sociedade", disse Padilha.

Nas últimas semanas, o governo concentrou esforços na aprovação da mudança das metas do déficit primário deste ano e de 2018, considerada mais urgente.

SEGUNDA DENÚNCIA

Havia a preocupação no Planalto de que a iminência de uma nova denúncia contra Temer, prometida por Janot até o final de seu mandato, em 17 de setembro, pudesse paralisar de novo o Congresso.

No entanto, a descoberta das omissões dos executivos da J&F em seu acordo de delação premiada, que levaram o PGR a abrir uma investigação, enfraquecerem uma segunda denúncia e deram aos parlamentares uma boa razão para defender o presidente, na avaliação do Planalto. A segunda denúncia sendo feita, avaliam, não precisará do mesmo grau de esforço do governo para barrá-la no Congresso.

Segundo Padilha, Temer já conversou com seus advogados, que tomarão medidas a respeito da delação e das denúncias. Perguntado se o presidente fica mais forte com esse novos acontecimentos, o ministro respondeu que o presidente da República é "sempre forte por natureza".

"Ele sempre foi e está totalmente tranquilo sobre suas ações, o que ele fez. Todas as manifestações dele repudiaram com veemência essa acusações e todas as ações a que ele se referiu acabaram se confirmando", disse o ministro.

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