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Governo avalia retirar taxa de etanol importado; busca reabrir EUA à carne do Brasil

16 jan 2018 - 13h53
(atualizado às 16h17)
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O governo avalia retirar uma taxação sobre o etanol importado após uma forte alta nos preços da gasolina, concorrente direto do etanol nas bombas, em uma medida que eventualmente poderia ajudar a reabrir o mercado dos Estados Unidos à carne bovina brasileira, disse nesta terça-feira o ministro da Agricultura, Blairo Maggi.

Ministro da Agricultura, Bairo Maggi, durante apresentação em Brasília, Distrito Federal
16/01/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino
Ministro da Agricultura, Bairo Maggi, durante apresentação em Brasília, Distrito Federal 16/01/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Aprovada em agosto do ano passado, a taxa de 20 por cento sobre o etanol importado, para volumes que excederem 600 milhões de litros ao ano, afeta principalmente os EUA, principais exportadores do biocombustível ao Brasil. Inicialmente, a medida teria validade de 24 meses.

A taxação ocorreu semanas após os EUA imporem barreiras à importação de carne bovina do Brasil, alegando preocupações com a sanidade dos produtos na sequência da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que investigou possíveis irregularidades no sistema de fiscalização de carnes no país.

"Estamos com esse problema da carne. Obviamente uma coisa interfere e contamina a outra", afirmou Maggi durante apresentação sobre as exportações do agronegócio brasileiro em 2017.

Ainda segundo Maggi, a retomada das vendas de carne aos EUA pode ocorrer até abril, quando se espera que ele deixe o Ministério para concorrer às eleições deste ano.

Para o ministro, se houver uma conclusão de que a taxa pode ser retirada, o assunto poderia ser levado à Secretaria-Executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex).

"Se chegarmos à conclusão de que... pode ser retirada (a taxa), não terei nenhuma dificuldade de levar à Camex", disse.

Em paralelo, Maggi acrescentou que "os preços da gasolina mudaram muito no Brasil... Como os preços do etanol são atrelados à gasolina, me parece que não faz muito sentido a proteção que colocamos lá atrás".

Em meio a uma alta nos preços internacionais do petróleo, as cotações da gasolina e do diesel avançaram cerca de 9 por cento em 2017, conforme dados da reguladora ANP.

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