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Gol amarga prejuízo de R$1,3 bi no 2º tri com impacto do câmbio

2 ago 2018 - 09h01
(atualizado às 14h43)
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A Gol registrou prejuízo líquido depois da participação minoritária de 1,326 bilhão de reais no segundo trimestre, um aumento de 177,6 por cento em relação à perda verificada um ano antes, pressionada pela variação cambial que pesou sobre o resultado financeiro do período.

Imagem do avião da Gol refletida em um prédio ao decolar do aeroporto de Congonhas, em São Paulo 25/08/2017. REUTERS/Paulo Whitaker
Imagem do avião da Gol refletida em um prédio ao decolar do aeroporto de Congonhas, em São Paulo 25/08/2017. REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

Antes da participação de minoritários, o prejuízo líquido somou 1,272 bilhão de reais no período de abril a junho, um aumento do rombo de mais de 200 por cento em relação à perda de 409,5 milhões de reais um ano antes, com margem líquida negativa de 54 por cento.

A margem líquida após a diluição dos minoritários ficou negativa 56,3 por cento.

"A tradicional baixa temporada em viagens aéreas no Brasil foi particularmente desafiadora pela apreciação acelerada do dólar americano frente ao real e pela ruptura no equilíbrio de oferta da indústria que impactou a demanda do transporte aéreo", disse o presidente da Gol, Paulo Kakinoff, em comunicado sobre o balanço trimestral.

O resultado financeiro ficou negativo em 1,261 bilhão de reais no segundo trimestre, afetado principalmente pela perda com a variação cambial e monetária de 1 bilhão de reais. Um ano antes, o resultado financeiro foi negativo em 425,3 milhões de reais.

"Esse resultado foi decorrente da desvalorização do real em 16 por cento incidente sobre o saldo de dívida bruta de 2 bilhões de dólares no nosso balanço patrimonial consolidado", disse o vice-presidente financeiro da Gol, Richard Lark, em vídeo divulgado pela empresa para comentar o resultado.

A receita operacional líquida do segundo trimestre subiu 9 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, somando 2,354 bilhões de reais.

O resultado operacional, medido pelo lucro antes de juros e impostos (Ebit), somou 42,8 milhões de reais no período, alta de 92,7 por cento em relação ao mesmo período de 2017, engatando o oitavo trimestre seguido de resultado operacional positivo. No período de abril a junho, a margem Ebit foi de 1,8 por cento, ante 1 por cento um ano antes.

Segundo Lark, o preço médio do combustível de aviação subiu 12,6 por cento sobre o primeiro trimestre, mas "a combinação de maiores tarifas, maior demanda e ganhos de 36 milhões de reais com hedge permitiram" o crescimento de 0,8 ponto percentual na margem Ebit.

Em relação ao preço dos combustíveis, Lark afirmou que a empresa possui hedge para cerca de 70 por cento da exposição ao preço de petróleo para o restante deste ano.

Às 14:34 as ações da Gol subiam 1,53 por cento, revertendo as perdas vistas mais cedo, quando os papéis perderam 3,21 por cento na mínima da sessão.

Para os analistas do BTG Pactual, a Gol reportou resultados relativamente sólidos, considerando a sazonalidade desfavorável do segundo trimestre e os eventos negativos do período.

A equipe do banco tem recomendação de compra para as ações da Gol, mas reduziu o preço-alvo do papel para 18 reais, ante 25 reais.

Após os impactos em maio e junho, em decorrência da greve dos caminhoneiros, a Gol viu as reservas de voos voltando a "patamares mais normais" em julho, disse Lark em teleconferência depois da divulgação dos resultados.

Em relação à demanda, o executivo afirmou que a empresa segue confiante na força da demanda corporativa, que tem o maior peso na composição dos clientes da empresa. No entanto, Lark destacou que a empresa está mais cautelosa em relação à demanda do segmento lazer, que responde por cerca de 30 por cento.

"Essa situação de crescimento econômico talvez menor que o esperado poderia impactar um pouco a demanda desse segmento muito mais suscetível a questões econômicas", disse Lark.

PROJEÇÕES

Com o resultado do segundo trimestre, a Gol elevou sua estimativa para a despesa financeira líquida em 2018 para aproximadamente 800 milhões de reais, de cerca de 650 milhões de reais na previsão anterior. Para 2019, a projeção foi mantida em cerca de 500 milhões de reais.

A Gol manteve a estimativa de crescimento da oferta total entre 1 e 2 por cento neste ano, e entre 5 e 10 por cento em 2019.

A projeção para margem operacional (Ebit) para este ano foi mantida em cerca de 11 por cento. No entanto, para o próximo ano, a estimativa foi revisada para cerca de 12 por cento, de 13 por cento.

A companhia aérea revisou ainda suas projeções para o resultado por ação diluído, prevendo agora para 2018 um prejuízo de 1,20 real a 1 real, ante estimativa anterior de lucro de 0,90 real a 1,10 real. Para 2019, a expectativa é de lucro de 1,50 real a 1,90 real, ante projeção anterior de ganho de 1,70 real a 2,30 real.

A estimativa para o preço do combustível em 2018 passou a cerca de 2,9 reais por litro, acima da projeção anterior de cerca de 2,5 reais por litro. Para 2019, a companhia aérea estima preço médio de combustível de 2,9 reais por litro, também superior à previsão anterior de 2,6 reais.

SMILES

Separadamente, a Gol disse que seu conselho de administração aprovou um contrato de compra e venda antecipada de passagens aéreas a ser firmado com a Smiles, por meio do qual a Smiles adquire novos créditos para utilização futura na aquisição de passagens aéreas de emissão da Gol. A compra antecipada consistirá em uma tranche de pagamento, com desembolso imediato pela Smiles no valor de até 300 milhões de reais.

Além disso, o conselho aprovou ainda o aumento de capital da Gol no valor de 2,472 milhões de reais, mediante a emissão de 331.418 ações, decorrentes do exercício de opções de compra de ações no âmbito do plano de opção de compra de ações aprovado em outubro de 2012.

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