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Gol e Elliott questionam proposta por Avianca

Azul ofereceu US$ 145 milhões para ficar com ponte-aérea; decisão é da Justiça, mas credor pode barrar pedido

21 mai 2019 - 04h10
(atualizado às 08h09)
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O fundo norte-americano de hedge Elliott Management e a Gol são contra o novo plano da Azul para comprar algumas das rotas operadas pela Avianca Brasil por US$ 145 milhões (cerca de R$ 600 milhões). Na noite do domingo, as empresas pediram ao juiz responsável pelo processo de recuperação judicial da Avianca que a proposta da Azul seja barrada.

Na semana passada, a Azul entrou com um pedido, na 1.ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de São Paulo, para a aquisição de uma nova Unidade Produtiva Isolada (UPI). Esse pedaço da Avianca Brasil incluiria principalmente as autorizações de pouso e decolagem na ponte aérea entre Rio-São Paulo e Brasília.

Avião da Avianca Brasil se prepara para pousar no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro
Avião da Avianca Brasil se prepara para pousar no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro
Foto: Sergio Moraes / Reuters

Apesar de a decisão final sobre o plano de recuperação da Avianca caber à Justiça, o Elliott está pedindo ao tribunal que desconsidere a proposta da Azul e mantenhao plano da empresa intacto. Documentos mostram que o fundo desenhou o atual plano de reorganização da companhia aérea. Na estrutura proposta, a Avianca seria dividida em sete UPIs, sendo que Gol e Latam ficariam com pelo menos uma dessas estruturas, por US$ 70 milhões cada.

Abutre

Conhecido na América Latina por forçar a Argentina a incorrer em pagamentos maiores de títulos de dívida vencidos, o Elliott é o maior credor da Avianca Brasil, detendo dívidas da companhia aérea no valor de quase US$ 490 milhões, equivalentes a 75% do total. Por ser o maior credor, ele pode inviabilizar a proposta.

A Avianca Brasil pediu recuperação judicial em dezembro para evitar que suas aeronaves fossem retomadas pelos arrendatários. De lá para cá, porém, a situação da empresa se deteriorou e hoje ela tem apenas cinco aviões em operação. Ao mesmo tempo, foi disparada forte disputa por suas rotas pelas rivais Gol, Latam e Azul.

A Avianca Brasil não comentou o assunto. A Azul afirmou, em comunicado, que seu plano oferece aos trabalhadores, clientes e credores da Avianca Brasil uma "opção superior" ao Elliott. A Gol e a Latam não se pronunciaram.

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