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'Goiás não está diferente do resto do Brasil', diz secretário da Fazenda

Manoel Xavier Ferreira Filho, titular da pasta em Goiás, pede que a União aprove reformas que desonerem os Estados

24 nov 2018 - 21h11
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Em entrevista ao Estado, o secretário da Fazenda de Goiás, Manoel Xavier Ferreira Filho, comentou os motivos que levaram ao aprofundamento da crise na região.

Estadão: Qual a situação financeiro do Estado?

Manoel Xavier Ferreira Filho: Como outros Estados, Goiás passa por dificuldades. Há uma crise nacional que impactou nas finanças do Brasil. Temos dificuldades financeiras, mas a maior dificuldade é em função de termos de fechar tudo no exercício de dezembro (por ser último ano de mandato). O Estado de Goiás não é uma ilha. Ele não está diferente do Brasil.

O que levou o Estado a essa situação?

Nossa folha de pagamento está próxima de 60% (dos gastos totais), que é o limite. De 2011 para cá, reduzimos cargos comissionados, secretarias e incentivos fiscais. A folha de pessoal cresceu vertiginosamente e a receita caiu com a crise. Nossa receita deve ter um crescimento de 4% a 5% anual. É muito pouco. Os órgãos de controle tinham de enxergar este ano e até o próximo com olhar diferenciado. O Brasil mudou. Entramos em um processo de crise e, por isso, não dá simplesmente para você passar uma régua contábil.

Qual seria a solução?

O País precisa passar por reformas que desonerem os Estados para que eles possam avançar. A principal é a previdenciária. Podemos ter dois olhares: o do corte (de gastos) e o das receitas. No do corte, temos de reduzir significativamente as despesas consideradas supérfluas.

O governo conseguirá pagar o salário de dezembro? Ou usará o decreto assinado no fim de outubro?

O decreto é porque havia uma regra que não estávamos cumprindo desde 2015. O decreto anterior estabelecia que teríamos de empenhar e liquidar a folha de salários dentro do mês vigente. Mas, desde 2015, pagamos mais de 70% dos salários de quem ganha até R$ 3,5 mil dentro do mês e o restante no dia 10. Simplesmente ajustamos o decreto. Não sinalizamos que não vamos pagar. A folha de outubro vai ser paga até dia 22, está faltando uns 7% (dos recursos) porque tive de jogar um pouco para a saúde. A de novembro, vamos iniciar o cronograma de pagamento dia 5 (de dezembro). A de dezembro já é do novo gestor, porque a receita do Estado está prevista para dia 10 de janeiro.

Em fevereiro de 2017, Goiás vendeu sua companhia de energia, a Celg. A privatização não era para ter dado um alívio no caixa?

Os recursos (R$ 1,1 bilhão) tinham de ser usados para infraestrutura, não para custeio. Isso foi feito de forma transparente. Os recursos foram aplicados nas duplicações (de estradas). Se fossem jogados para custeio, seria improbidade administrativa.

Estadão
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