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Gastos de brasileiros no exterior sobem 10,1% em julho ante 2012

ECONOMIA - Política Monetária

23 ago 2013 - 08h58
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O Brasil registrou déficit em transações correntes de US$ 9,018 bilhões (R$ 21,42 bilhões) em julho, informou o Banco Central (BC) nesta sexta-feira. O gasto é provocado também pelo aumento do gasto dos brasileiros no exterior, apesar da alta da divisa estrangeira, com crescimento de 10,1% sobre o mesmo mês do ano passado, enquanto os gastos dos estrangeiros no País caiu 1,2%.

No acumulado em 12 meses encerrados em julho, o déficit em conta corrente do País ficou em 3,39% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse é o maior para esses meses na história e que faz o saldo acumulado nos sete primeiros meses do ano se aproximar do déficit verificado em todo o ano passado.

Além disso, mais uma vez, os Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) não cobriram o rombo da conta corrente do País, abalada sobretudo pelo fraco desempenho comercial, mostrou o Banco Central (BC) nesta sexta-feira.

De janeiro a julho, as transações correntes do País registraram saldo negativo de US$ 52,472 bilhões, bem próximo do déficit de US$ 54,230 visto em 2012 todo. No acumulado em 12 meses, o déficit em conta corrente do País ficou em 3,39% do Produto Interno Bruto(PIB).

Os dados mostram que a conta corrente segue castigada pelo desempenho ruim da balança comercial, que nos sete primeiros meses de 2013 acumula déficit de US$ 4,989 bilhões, devido à performance fraca das exportações e de maiores importações. Só em julho, o Brasil teve déficit comercial de US$ 1,898 bilhões.

As remessas de lucros e dividendos feitas por multinacionais instaladas no País também continuam pesando, somando US$ 1,215 bilhão no mês passado, ante US$ 1,719 bilhão em igual mês de 2012. Ainda segundo o BC, apesar do dólar mais alto, os gastos líquidos de brasileiros no exterior com viagens atingiram US$ 1,674 bilhão em julho, maiores que os gastos de US$ 1,464 bilhão em igual mês de 2012.

Défict

O rombo no mês mais uma vez não foi financiado pelo IED no País, que somou US$ 5,212 bilhões no mês passado, pouco abaixo do previsto por analistas consultados pela Reuters, cuja mediana apontava para US$ 5,350 bilhões. No ano, o IED está acumulado em US$ 35,239 bilhões.

Mesmo assim, o balanço de pagamentos do país acabou sendo financiado em julho, uma vez que a conta capital e financeira acabou ficando positiva em US$ 9,409 bilhões no mês passado. Os indicadores das contas externas também sofrem a influência da valorização do dólar, que somava mais de 20 por cento desde maio até a véspera e ido próximo ao patamar de R$ 2,45, alimentada pelas incertezas que cercam a retirada de estímulos monetários na economia americana e pela desconfiança com a atual política econômica do País.

Intervenções

Para segurar a disparada da divisa, o BC anunciou na noite de quinta-feira programa de intervenção diária no mercado de câmbio até o fim de dezembro, estimado no equivalente a US$ 60 bilhões por meio de leilões de swap cambial tradicional e de leilão de linha.

"É preciso aguardar. O câmbio tem tido certa volatilidade e, persistindo essa volatilidade, é natural que haja alguma reação em algumas contas", afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel. Num sinal de que a situação está complicada, o BC informou ainda que a taxa total de rolagem de dívida no País ficou em 55% no mês passado, ante 599% vistos um ano antes e 71% em junho deste ano.

Fonte: Reuters News
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