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Futuro chanceler avisa que destituirá todos os subsecretários do Itamaraty, dizem fontes

21 dez 2018 - 15h19
(atualizado às 15h25)
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O futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, avisou aos subsecretários da pasta que eles serão destituídos de seus postos no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro, uma ação atípica na tradição do Itamaraty, disseram nesta sexta-feira duas fontes à Reuters.

Futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em Brasília 22/11/2018 REUTERS/Adriano Machado
Futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em Brasília 22/11/2018 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

A notícia foi levada aos nove embaixadores que chefiam as subsecretarias do ministério por Otávio Brandelli, braço direito de Araújo e que deve assumir a Secretaria-Geral do Itamaraty em 2019, acrescentaram as fontes.

Os chefes das subsecretarias são funcionários sêniores da carreira diplomática, e normalmente se aguarda que encerrem seu período no posto naturalmente para então serem substituídos por um novo diplomata dentre aqueles mais graduados e com mais tempo de casa.

Segundo as fontes, o plano do novo chanceler envolve a redução do número de subsecretarias de nove para quatro ou cinco. Esses postos são abaixo apenas do chanceler e do secretário-geral, e têm a coordenação de temas como negociações econômicas e assuntos consulares, além dos que tratam da relação do Brasil com regiões, como América do Sul e Caribe.

De acordo com as fontes, Araújo deve indicar para as subsecretárias que restarem embaixadores menos graduados, com o mesmo grau de carreira que ele próprio.

Há ainda uma preocupação com a alocação dos embaixadores do chamado "quadro especial". Pelo menos dois desses que já voltaram do exterior --um deles ex-secretário-geral--, inicialmente indicados para as subsecretárias, agora estão sem nova designação.

Procurados, o Ministério de Relações Exteriores e a equipe de transição não responderam de imediato a questionamentos sobre as destituições dos subsecretários.

DEPARTAMENTO DO AGRONEGÓCIO

Apesar da diminuição de subsecretarias, o futuro chanceler anunciou em uma sequência de tuítes publicados na noite de quinta-feira a criação de um Departamento do Agronegócio dentro do Itamaraty para trabalhar junto com o Ministério da Agricultura "na conquista de mercados internacionais".

"Daremos ao agro a atenção que no MRE ele nunca teve", afirmou. "Algumas negociações comerciais em curso são ruins para a agricultura. Vamos reorientá-las em benefício dos produtores brasileiros."

Em rápida entrevista a jornalistas nesta sexta-feira, o ministro confirmou que pretende reduzir o número de subsecretarias, sem dar mais informações.

"Vai ter uma diminuição", disse o futuro chanceler, acrescentando que não anteciparia detalhes porque será editada medida provisória conjunta e não gostaria de divulgar apenas os "dados do Itamaraty".

Segundo Araújo, vai haver um enxugamento na pasta, de acordo com orientação passada a todas as áreas do novo governo.

"A gente tem as orientações gerais de enxugamento de cargos, mas isso não quer dizer que as pessoas vão sair, a carreira continua", explicou. "A carreira é a carreira, as pessoas que estão, estão", afirmou.

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