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Fusão Localiza/Unidas concentra mercado e pode ter problemas no Cade

Os debates no conselho sobre o caso ainda não foram iniciados, já que a operação ainda não foi notificada ao Cade

23 set 2020 - 17h53
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BRASÍLIA - A fusão das locadoras de veículos Localiza e Unidas, anunciada nesta quarta-feira, 23, deve enfrentar problemas para ser aprovada no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Fontes do órgão ouvidas pelo Estadão/Broadcast em caráter reservado apontaram que o negócio pode levar a uma concentração muito alta em alguns mercados e, a princípio, é preocupante.

Os debates no conselho sobre o caso, no entanto, ainda não foram iniciados, já que o acordo foi divulgado nesta quarta-feira e a operação ainda não foi notificada ao Cade. Pela lei da concorrência, o Cade tem que analisar previamente operações feitas por grandes empresas, como as duas locadoras de automóveis, ou seja, a fusão no Brasil só pode se concretizar após o aval do conselho. O órgão tem até 240 dias após ser comunicado para julgar o negócio, prazo que pode ser prorrogado por mais 90 dias.

Em 2016, a Localiza anunciou a compra da Hertz
Em 2016, a Localiza anunciou a compra da Hertz
Foto: Divulgação / Estadão

A tendência é que a fusão Localiza/Unidas seja analisada não só levando em consideração o mercado nacional, mas também a concentração gerada nos principais municípios brasileiros e também em aeroportos. Foi assim na compra da Hertz pela Localiza, anunciada em 2016.

Na época, a operação foi aprovada pelo Cade sem restrições porque o entendimento foi que havia outras concorrentes para fazer frente à líder de mercado Localiza, entre elas a Unidas, comprada agora pela empresa. O Cade avaliou não só o negócio de locação de veículos, como o de terceirização de frotas e de venda de veículos usados.

Nesta quarta-feira, 23, as duas empresas anunciaram a intenção de uma fusão mediante a incorporação das ações da Unidas pela Localiza. Caso a operação seja concretizada, o valor de mercado consolidado será de R$ 48 bilhões.

O grupo terá frota consolidada de quase de 470 mil veículos e presença em países como Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai e Uruguai.

Caso aprovado, os acionistas da Localiza vão deter aproximadamente 76,8% do capital social total e votante da nova empresa e os acionistas da Unidas passariam a ser donos, em conjunto, de cerca de 23,15%.

Estadão
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