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Fundos de investimento vão à Justiça para participar do aumento de capital da Oi

Ação de investidores estrangeiros visa a garantir participação na operação, avaliada em R$ 4 bilhões

18 jul 2018 - 17h41
(atualizado às 22h26)
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Três fundos de investimento entraram na Justiça pedindo autorização para participar do aumento de capital da Oi, de R$ 4 bilhões, que faz parte do plano de recuperação judicial da operadora de telecomunicações, disseram fontes à Reuters.

A disputa para investir na Oi marca uma reviravolta na percepção de investidores sobre uma companhia, que corria o risco de ser liquidada até um ano atrás. A recuperação da economia brasileira e apostas em uma consolidação da indústria de telecomunicações aumentaram o interesse no negócio

Dois dos fundos, que não estavam entre os 16 investidores que concordaram com o plano de recuperação judicial aprovado em dezembro, já receberam o aval do juiz responsável pela recuperação da Oi para participar do aumento de capital: o Marble Ridge Capital e o Burlington Loan Management.

A norte-americana Silver Point Capital, no entanto, teve um primeiro pedido negado porque a empresa queria que o cálculo de seu direito de subscrição levasse em consideração o total de títulos da dívida que a empresa detém hoje, que é maior do que o que detinha antes da assembleia de credores.

A Silver Point pediu para que os bônus comprados após a aprovação do plano de recuperação fossem considerados no aumento de capital, mas o juiz da recuperação negou o pedido, afirmaram as fontes.

Procurados, Oi, Marble Ridge, Davidson Kempner e Silver Point não comentaram o tema.

Processo. A Oi entrou em recuperação judicial em 2016 para reestruturar R$ 65 bilhões em dívidas, no maior processo do tipo na história da América Latina.

Uma decisão em dezembro permitiu que a maior parte da dívida da Oi fosse convertida em capital, o que transformará os credores da empresa em controladores. O processo marca uma rara vitória dos detentores de dívida externa nas cortes brasileiras.

A troca de dívida por ações, marcada para sexta-feira, vai converter dívidas de dezenas de bilhões de reais em uma participação acionária de cerca de 70% na companhia.

Em uma segunda etapa, os novos acionistas vão injetar R$ 4 bilhões na companhia, reduzindo seu endividamento.

Os três maiores acionistas, após essas duas etapas, serão os fundos de hedge GoldenTree Asset Management, York Capital Management Global Advisors e Solus Alternative Asset Management, que terão juntos 28% da companhia brasileira, afirmaram as fontes.

Outros três fundos, Canyon Capital Advisors, Brookfield Asset Management e outro gerido pela Davidson Kempner Capital serão donos de mais 15%, disseram as fontes.

Representantes da Golden Tree não responderam aos pedidos de comentários. Os outros fundos se recusaram a se manifestar.

Conselho. Na próxima semana, depois que a operação de troca de dívida por ações for concluída, os fundos vão definir uma data para uma nova assembleia de acionistas aprovar o aumento de capital e divulgar a lista dos 11 membros independentes do conselho de administração da operadora.

Fontes próximas dos fundos e alguns analistas acreditam que a Oi tem perspectiva positiva, apesar dos desafios regulatórios do mercado brasileiro de telecomunicações.

Os novos acionistas da Oi terão várias maneiras de valorizar seu investimento, seja pela venda do controle da empresa, de alguns ativos ou mesmo acelerando os investimentos para tornar a Oi mais forte em telefonia celular e banda larga. Essa última opção é vista como um desafio, uma vez que a empresa estaria defasada tecnologicamente frente às rivais. /

Estadão
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