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Focus reduz expectativa de inflação e mantém previsão de Selic a 5%

Relatório divulgado pelo BC aponta que mercado espera IPCA de 3,44% para este ano

23 set 2019 - 09h11
(atualizado às 11h08)
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BRASÍLIA - Os economistas do mercado financeiro alteraram levemente a previsão para o IPCA - o índice oficial de inflação - em 2019 e 2020. O Relatório de Mercado Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira, 23, pelo Banco Central, mostra que a mediana para o IPCA este ano passou de alta de 3,45% para elevação de 3,44%. Há um mês, estava em 3,65%. A projeção para o índice em 2020 seguiu em 3,80%. Quatro semanas atrás, estava em 3,85%.

Além disso, na esteira da decisão do Banco Central sobre juros, na semana passada, os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica da economia) no fim de 2019 e 2020. O Relatório de Mercado Focus trouxe que a mediana das previsões para a Selic este ano seguiu em 5% ao ano.

O Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2021, que seguiu em 3,75%. No caso de 2022, a expectativa permaneceu em 3,5%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,75% e 3,50%, respectivamente.

A projeção dos economistas para a inflação está abaixo do centro da meta de 2019, de 4,25%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,75% a 5,75%). Para 2020, a meta é de 4%, com margem de 1,5 ponto (de 2,5% a 5,5%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). Já a meta de 2022 é de 3,5%, com margem de 1,5 ponto (de 2% a 5%).

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC atualizou suas projeções mais recentes para a inflação. Considerando o cenário de mercado, a projeção para o IPCA em 2019 está em 3,3%. No caso de 2020, está em 3,6%.

Em 6 de setembro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA avançou 0,11% em agosto. No ano, a taxa acumulada é de 2,54% e, em 12 meses até agosto, de 3,43%.

No Focus, entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2019 seguiu em 3,4%. Para 2020, a estimativa do Top 5 seguiu em 3,73%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 3,51% e 3,9%, nesta ordem.

No caso de 2021, a mediana do IPCA no Top 5 seguiu em 3,8%, ante 3,75% de um mês atrás. A projeção para 2022 no Top 5 permaneceu em 3,75%, ante 3,6% de quatro semanas antes.

PIB

A expectativa de crescimento da economia em 2019 seguiu em 0,87%. Há quatro semanas, a estimativa de alta era de 0,8%.

Para 2020, o mercado financeiro manteve a previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB) em alta de 2%. Quatro semanas atrás, estava em 2,1%. No fim de agosto, o IBGE informou que o PIB do segundo trimestre de 2019 subiu 0,4% em relação ao primeiro trimestre.

No fim de junho, o BC havia atualizado, por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), sua projeção para o PIB em 2019, de alta de 2% para elevação de 0,8%. Essa projeção será novamente atualizada na próxima quinta-feira, também pelo RTI.

A projeção para a produção industrial de 2019 passou de baixa de 0,47% para retração de 0,53%. Há um mês, estava em alta de 0,08%. No caso de 2020, a estimativa de crescimento da produção industrial foi de 2,48% para 2,29%, ante 2,5% de quatro semanas antes.

A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2019 foi de 56,10% para 56,05%. Há um mês, estava em 56,39%. Para 2020, a expectativa passou de 58,3% para 58%, ante 58,5% de um mês atrás.

Selic

O Focus apontou ainda que a mediana das previsões para a Selic este ano seguiu em 5%. Há um mês, estava no mesmo patamar. Já a projeção para a Selic no fim de 2020 permaneceu em 5% ao ano, ante 5,25% de quatro semanas atrás.

No caso de 2021, a projeção foi de 7% para 6,75%, igual a um mês antes. A projeção para a Selic no fim de 2022 permaneceu em 7%, mesmo porcentual de quatro semanas antes.

Na semana passada, o Copom cortou a Selic em 0,5 ponto porcentual, de 6% para 5,5% ao ano. Foi o segundo corte consecutivo da taxa básica. No comunicado sobre a decisão, o BC avaliou que o cenário externo, apesar de incerto, está favorável para países emergentes. Além disso, reconheceu avanços nas reformas econômicas e divulgou projeções comportadas de inflação para 2019 e 2020. Nesse contexto, a instituição também indicou que pode promover novos cortes na Selic.

No grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo, a mediana da taxa básica em 2019 foi de 5% para 4,75% ao ano, ante 5% de um mês antes. No caso de 2020, passou de 5% para 4,75% ao ano, ante 5,13% de quatro semanas atrás.

A projeção para o fim de 2021 no Top 5 permaneceu em 6,5%. Há um mês, estava em 7%. Para 2022, a projeção do Top 5 seguiu em 6,5% ao ano, ante 7% de um mês antes.

Câmbio

O relatório Focus mostrou alteração no cenário para a moeda norte-americana em 2019. A mediana das expectativas para o câmbio no fim deste ano foi de R$ 3,90 para R$ 3,95, ante R$ 3,80 de um mês atrás.

Para o próximo ano, a projeção para o câmbio permaneceu em R$ 3,90, ante R$ 3,81 de quatro pesquisas atrás.

Estadão
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