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Fiat Chrysler investirá R$14 bi na América Latina até 2022, maior parte em produtos

25 jun 2018 - 13h56
(atualizado em 26/6/2018 às 15h51)
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O grupo Fiat Chrysler (FCA) deve investir na América Latina cerca de 14 bilhões de reais até 2022, em um dos maiores planos de investimento em produto da companhia na região nos últimos anos e que é focado em novos veículos com maior margem de lucro para elevar a rentabilidade da montadora ítalo-americana para dois dígitos.

Antonio Filosa, presidente da Fiat Chrysler para América Latina 25/06/2018 REUTERS/Paulo Whitaker
Antonio Filosa, presidente da Fiat Chrysler para América Latina 25/06/2018 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

O presidente da companhia para América Latina, Antonio Filosa, afirmou a jornalistas que o grupo espera elevar suas vendas na região de 700 mil veículos neste ano para 1 milhão em 2022, com o plano em que a empresa vai focar nas marcas Fiat, Jeep e RAM em um momento em que rivais como General Motors, PSA, Honda e Toyota renovam linhas de produtos no Brasil, maior mercado da região.

"Fábricas novas é o que menos precisamos...Vamos investir em produto, ampliar eficiência das fábricas com automação e digitalização. Precisamos baixar o custo de produção", disse Filosa. Ele não deu detalhes sobre o desempenho financeiro da FCA na América Latina, mas afirmou que atualmente a margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização na região é de um "dígito bom".

O executivo afirmou que a FCA tem capacidade para produzir na América Latina 1,25 milhão de veículos por ano, dos quais cerca de 1 milhão apenas no Brasil, onde a empresa tem duas fábricas de veículos, uma em Betim (MG) e outra em Goiana (PE).

Do valor a ser investido na América Latina até 2022, que faz parte de um pacote global de 45 bilhões de euros, 90 por cento deve ser aplicado no Brasil, afirmou Filosa. Os recursos serão usados em uma renovação da linha da Fiat focada em veículos utilitários, aumento da quantidade de modelos Jeep vendidos no país e importação ou possível produção local de picapes de grande porte da RAM.

A Fiat é atualmente a terceira maior vendedora de carros e comerciais leves do Brasil, depois de ter passado mais de uma década na liderança do mercado. A participação da companhia no total de vendas neste ano era de 12,8 por cento até o final de maio, segundo dados da associação de concessionários, Fenabrave, queda ante os 13,3 por cento um ano antes.

"Temos ambição de crescer nosso faturamento em 5 por cento ao ano (na região) e vamos fazer isso capturando participação de mercado com novos produtos", disse o executivo. Segundo ele, atualmente a FCA está presente em 67 por cento do mercado de veículos brasileiro, ficando de fora de segmentos como picapes grandes e tendo pouca presença em utilitários esportivos (SUVs), segmentos que continuaram crescendo no país mesmo durante a crise econômica. Com os novos recursos, esse percentual de presença será elevado para perto de 90 por cento.

Dentro dos planos, a FCA vai lançar no Brasil 15 novos modelos da Fiat e a Jeep terá 10 lançamentos até 2022. A marca RAM poderá lançar no país uma picape com capacidade para 1 tonelada de carga entre 2021 e 2022, que poderá ser produzida no México e importada ou produzida em Goiana, disse Filosa. Ele não precisou se o grupo lançará uma terceira rede de concessionários para a marca ou se aproveitará recursos de sua atual estrutura no país.

Na Fiat, mais conhecida por modelos populares como Uno e Mobi, a empresa deve lançar três utilitários: "Uma SUV de acesso, uma familiar e uma maior, para famílias grandes", disse Filosa. Na Jeep, a maior parte dos modelos novos serão importados.

Ele ainda afirmou que depois de um tombo nas vendas do mercado no final de maio por causa da greve dos caminhoneiros, os licenciamentos totais se recuperaram para níveis anteriores à paralisação. Ele comentou que a fábrica em Goiana está operando em três turnos e que a empresa avalia investimento para elevar a capacidade da unidade de 250 mil para 350 mil veículos anuais nos próximos anos.

"Durante os 10 dias de greve as vendas baixaram bastante, mas as pesquisas na Internet sobre nossos modelos não. Quando acabou a greve, o ritmo de vendas subiu e chegou a um patamar em que estávamos antes, recuperando a velocidade perdida", disse o executivo sem dar detalhes.

De janeiro a maio, a Fiat acumulou vendas de 118,9 mil veículos no Brasil, alta de 11 por cento sobre um ano antes, conforme a Fenabrave. Já a Jeep, registrou 41 mil emplacamentos, crescimento de cerca de 22 por cento. O mercado como um todo apurou crescimento no período de 17 por cento, a 965 mil unidades.

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