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Fed faz dólar subir de forma generalizada, enquanto BCE penaliza euro

14 jun 2018 - 15h24
(atualizado em 2/7/2018 às 14h57)
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O dólar avançou de forma generalizada em relação a moedas principais e de países emergentes nesta quinta-feira, 14, à medida que os investidores continuaram ecoando a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que sinalizou o total de quatro aumentos de 0,25 ponto porcentual nos juros este ano e de mais três elevações em 2019. A decisão do Banco Central Europeu (BCE), por sua vez, foi considerada "dovish" pelos agentes e fez com que o euro despencasse em relação a outras divisas fortes. Próximo ao horário de fechamento das bolsas em Nova York, o dólar subia para 110,57 ienes, o euro cedia para US$ 1,1595 e a libra recuava para US$ 1,3283. Já o índice DXY, que mede a moeda americana contra uma cesta de outras seis divisas principais, fechou em alta de 1,13%, para 94,772 pontos, no maior nível desde 29 de maio. "O mercado de trabalho continua se fortalecendo e a atividade econômica vem subindo a uma taxa sólida", disse o Fed no comunicado da decisão divulgada na tarde de ontem. Indicadores da economia dos EUA corroboraram o que já vinha sendo analisado pelo banco central americano. Durante a manhã, o Departamento do Comércio divulgou que as vendas no varejo do país saltaram 0,8% na passagem de abril para maio, abaixo do esperado (+0,4%). Já os pedidos de auxílio-desemprego caíram 4 mil na semana passada, para 218 mil, enquanto analistas previam 225 mil. Com os dados em um nível melhor do que o projetado, o Goldman Sachs não titubeou e voltou a elevar a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) anualizado do segundo trimestre de 3,8% para 3,9%. "No geral, o ritmo de demissões continua baixo e o relatório do varejo sugeriu risco positivo para nossas estimativas de crescimento do consumo no segundo trimestre, e, por isso, atualizamos nossa estimativa para o PIB", disseram os analistas do banco americano. Grande parte da valorização do índice veio do euro, que despencou após a decisão de política monetária do BCE. O papel de guia do Fed não foi suficiente para fazer com que a equipe comandada por Mario Draghi deixasse de lado o tom "dovish" que tem sido predominante no conselho executivo da autoridade monetária. O banco central anunciou que irá comprar 15 bilhões de euros em ativos entre outubro e dezembro, quando chegará ao fim o programa de relaxamento quantitativo (QE). No entanto, o comunicado foi taxativo ao apontar que os juros não serão elevados "pelo menos até o verão de 2019 no Hemisfério Norte". "Mario Draghi imprimiu um tom 'dovish' tanto durante a coletiva quanto no comunicado. Além disso, uma série de questões ficou no ar em relação ao QE no quarto trimestre", disseram analistas do Danske Bank em nota a clientes. A expectativa dos mercados também foi frustrada e gerou uma forte correção no euro e nos bônus europeus. Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, publicada na terça-feira, 12, o diretor-geral de câmbio do banco de investimentos Jefferies, Brad Bechtel, havia afirmado que o euro buscaria a faixa de US$ 1,15. O salto do dólar foi ampliado durante a tarde, após a rede de TV CNBC divulgar que o governo de Donald Trump deve impor tarifas a uma lista de 800 a 900 produtos chineses. Antes, previa-se uma medida mais ampla, contra 1,3 mil produtos. Nesse sentido, traders avaliaram que os riscos de uma guerra comercial foram amenizados, o que também enfraqueceu possíveis ameaças à pujante economia americana. No fim da tarde, o dólar subia para 20,8732 pesos mexicanos e para 27,9290 pesos argentinos, após ter renovado recorde durante a sessão em relação à moeda da Argentina. No mercado paralelo do país, o dólar chegou a ultrapassar os 28 pesos.

Estadão
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