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Fed deve subir juro em março com promessa de Powell de firme batalha contra inflação

26 jan 2022 - 20h00
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O banco central dos Estados Unidos (Fed) disse nesta quarta-feira que provavelmente aumentará as taxas de juros do país em março e reafirmou planos de encerrar suas compras de títulos naquele mês, também no que o chair do Fed, Jerome Powell, prometeu que será uma luta determinada para domar a inflação.

"O comitê tem a intenção de aumentar a taxa dos federal funds na reunião de março, assumindo que as condições sejam apropriadas para isso", disse Powell, indo mais longe do que a mensagem do comunicado de política monetária do Fed, de que apenas as taxas subiriam "em breve".

Subsequentes aumentos nas taxas de juros e uma eventual redução nas participações de ativos pelo Fed seguiriam conforme necessário, disse Powell, enquanto as autoridades monitoram a rapidez com que a inflação se afasta das máximas em várias décadas em que se encontra agora de volta à meta de 2% do Fed.

Muito ficou a ser decidido ainda, disse o chefe do Fed, incluindo quão rapidamente as taxas subirão ou a velocidade em que as autoridades deixarão o balanço de 9 trilhões de dólares cair.

Mas o líder do Fed foi explícito em um ponto-chave: com a inflação alta e, por enquanto, aparentemente piorando, o Fed neste ano planeja reprimir gradualmente o crédito e encerrar o apoio extraordinário que forneceu à economia dos EUA durante a pandemia.

Desde a última reunião do Fed em dezembro, disse Powell, a inflação "não melhorou. Provavelmente piorou um pouco... Na medida em que a situação se deteriorar ainda mais, nossa política (monetária) terá que refletir isso", disse Powell. "Este será um ano em que nos afastamos gradualmente da política monetária altamente acomodatícia que implementamos para lidar com os efeitos econômicos da pandemia".

A extensão desse afastamento pelo Fed de políticas adotadas durante a pandemia rumo a uma abordagem mais combativa contra a inflação tomará mais forma nas próximas semanas.

Dependerá de como a própria inflação se comporta, e Powell disse que as autoridades ainda esperam que grande parte da melhora venha à medida que os tremores secundários da pandemia diminuam, talvez permitindo que eles façam menos trabalho por meio de uma política monetária mais rígida.

Uma miríade de riscos permanece, desde uma pandemia que ainda está em andamento até um potencial conflito militar Rússia-Ucrânia.

Mas Powell disse que os formuladores de política monetária neste momento sentem que têm "bastante espaço para aumentar as taxas de juros" sem ameaçar o progresso nos empregos ou retardar uma recuperação econômica que desejam manter em andamento.

Em um refrão que se tornou comum, ele observou que "a economia está bem diferente" hoje do que quando o Fed começou a aumentar as taxas de juros pela última vez em 2015, com inflação mais alta, desemprego mais baixo, o que Powell considera impulso suficiente para a economia andar sem apoio do banco central.

Naquela virada para uma política monetária mais rígida, o Fed moveu-se inicialmente de forma glacial, com 0,25 ponto percentual de alta do juro em 2015 e apenas outro em 2016.

Investidores estão esperando muito mais desta vez, com preços de contratos futuros de juros embutindo quatro aumentos de taxa de juro neste ano.

Os membros do Fomc também concordaram na reunião desta semana sobre um conjunto de princípios para "reduzir significativamente" o tamanho das enormes participações de ativos pelo Fed.

Autoridades disseram que vão encolher as participações "principalmente" limitando quanto do principal dos títulos vencidos será reinvestido a cada mês. Esse plano começaria após a alta das taxas de juros, disse o Fed, sem ainda definir uma data, ritmo ou tamanho final específicos.

Com o tempo, o balanço do Fed não apenas seria reduzido, mas também se afastaria dos títulos lastreados em hipotecas e passaria a ser ponderado em relação aos títulos do Tesouro dos EUA, "minimizando assim o efeito das participações do Federal Reserve na alocação de crédito entre setores da economia", disse banco.

MELHORIAS NA CADEIA DE FORNECIMENTO

O comunicado de política monetária do Fed citou ganhos recentes "sólidos" de empregos que continuaram mesmo quando o surto da variante Ômicron do coronavírus levou os números diários de casos de Covid-19 a níveis recordes.

Embora o Fed tenha parado de tentar avaliar quando a inflação pode diminuir, o comunicado trouxe que as autoridades continuam esperando que melhorias nas cadeias de suprimentos globais amenizem o ritmo dos aumentos de preços.

"Desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia e à reabertura da economia continuaram a contribuir para níveis elevados de inflação", disse o Fed.

Os preços ao consumidor dos EUA subiram em dezembro 7% na comparação anual, maior patamar desde a década de 1980.

Os formuladores de política monetária não divulgaram novas projeções econômicas e de taxas de juros nesta quarta-feira.

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