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FCStone sinaliza nova redução de safra de milho do país, alerta para geadas

17 mai 2018 - 14h42
(atualizado às 14h43)
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A estimativa de produção de milho segunda safra do Brasil, a principal colheita do cereal do país, poderá ser revisada para baixo novamente, diante da falta de chuvas na primeira quinzena de maio em importantes Estados produtores, como Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, afirmou nesta quinta-feira a INTL FCStone.

A consultoria ainda alertou para risco de geada no Paraná, segundo produtor nacional do cereal após o Mato Grosso, na semana que vem. O frio também deverá ser intenso no Mato Grosso do Sul e em São Paulo, segundo a empresa.

A advertência foi feita após a FCStone ter reduzido em 4 por cento a previsão de segunda safra 2017/18 do Brasil, para 60,5 milhões de toneladas na safra, em levantamento divulgado em 2 de maio, já considerando perdas pela estiagem.

"No início de maio, as estimativas da INTL FCStone apontavam para quebra de 21 por cento na safrinha de São Paulo, 16 por cento no Mato Grosso do Sul e 15 por cento no Paraná, contudo, diante do clima desta primeira quinzena (de maio) é quase certo que os números de produção destes Estados serão reduzidos novamente", disse o analista da consultoria João Macedo, em nota.

Em meio a uma forte seca, o Paraná dará início à colheita da segunda safra de milho nos próximos dias em um cenário pior do que o observado às vésperas da "safrinha" 2015/16, quando outra estiagem também provocou quebra de produção no Estado, informou à Reuters o Departamento de Economia Rural paranaense, na terça-feira.

Como reflexo da situação climática, os preços do milho já subiram quase 8 por cento em maio, para 42,48 reais por saca, o maior nível desde meados de março, segundo indicador do Cepea, uma preocupação para indústrias de carnes, que têm enfrentado margens apertadas.

"O foco da seca se manteve nos Estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, que em 2016/17 foram responsáveis por 38 por cento da produção de safrinha...", destacou a FCStone.

Segundo Macedo, a expectativa inicial é de que o percentual de quebra nessas regiões se eleve para patamares entre 20 e 30 por cento.

Alguns ajustes também são esperados para a produção de Goiás e Mato Grosso, em menor intensidade, continuou a consultoria.

Na restante do mês, em boa parte dos Estados do Sul do Brasil, Mato Grosso do Sul e São Paulo, as chuvas deverão continuar abaixo da média para o período, de acordo com informação do Agriculture Weather Dashboard, do terminal Eikon da Thomson Reuters.

Além disso, algumas regiões do Paraná deverão ter temperaturas próximas de zero ao final do mês, segundo o terminal.

"As temperaturas também começam a apresentar um maior risco a partir de agora. As previsões apontam para uma queda vertiginosa da temperatura mínima nos dias 21 e 22 de maio...", pontuou a FCStone.

Isso "cria um cenário favorável para formação de geadas que podem causar danos às plantações do cereal", acrescentou a consultoria, lembrando que essa preocupação possui capacidade de manter o suporte das cotações.

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